Economia

Produção de azeite no sul de Minas cresce com música erudita para as oliveiras

Produção de azeite na Serra da Mantiqueira cresce, mas desafios como adulteração e pragas ameaçam o setor.

Fazenda Santa Helena, em Maria da Fé (MG), que mantém 70 caixas de som espalhadas pelos olivais, com música erudita 12 horas por dia (Foto: Karime Xavier/Folhapress)

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O cultivo de oliveiras na Serra da Mantiqueira teve início em 1935, mas foi a partir da década de 1990 que a produção ganhou destaque, especialmente em Maria da Fé, que se tornou a principal produtora da região. Em 2024, a produção de azeite de oliva atingiu 150 mil litros, um crescimento notável em relação aos 40 litros registrados em 2008. No entanto, a safra de 2025 caiu para 70 mil litros, resultado da bienalidade da cultura.

A produção de azeite na Serra da Mantiqueira, que se beneficia de altitudes superiores a 1.200 metros, tem atraído novos produtores. A Fazenda Santa Helena, por exemplo, utiliza 70 caixas de som para tocar música erudita durante 12 horas diárias, o que, segundo o gestor Ulisses Ferreira, contribui para a saúde das oliveiras. A propriedade, localizada a 1.650 metros de altitude, colheu 30 toneladas de azeitonas, resultando em 3.000 litros de azeite na última safra.

Embora o azeite de oliva ainda não seja a principal cultura agrícola da região, os preços elevados no mercado incentivam a produção. Embalagens de 250 ml podem custar até R$ 100. Contudo, o setor enfrenta desafios, como a adulteração, que levou à apreensão de 112,3 mil litros de azeite falsificado em 2024, conforme o programa nacional de combate à fraude.

A pesquisa da Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais) tem sido crucial para o desenvolvimento do cultivo. A variedade arbequina, originária da Catalunha, se destaca pela qualidade do azeite produzido. Apesar do crescimento, a produção nacional de azeite ainda é baixa, com cerca de 500 mil litros anuais, frente a um consumo de 100 milhões de litros.

Os produtores também enfrentam a ameaça da xylella fastidiosa, uma bactéria que pode devastar as oliveiras. Em resposta, técnicas biodinâmicas estão sendo testadas, como o uso de uma pasta feita de ingredientes naturais para combater a praga. A busca por métodos inovadores e a valorização do azeite de oliva colocam a Serra da Mantiqueira em um caminho promissor, apesar dos desafios que ainda persistem.

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