Dólar digital movimenta R$ 9 bi no Brasil após aumento do IOF

As negociações com o dólar digital Tether (USDT) no Brasil atingiram R$ 9,63 bilhões em junho, um crescimento de 32% em relação ao mês anterior, quando o volume foi de R$ 7,29 bilhões. Esse aumento ocorre em meio ao recente anúncio do governo federal sobre o aumento das alíquotas do IOF para transferências internacionais, uma medida que gerou debates sobre justiça fiscal.

O aumento do IOF, que visava aumentar a arrecadação, foi posteriormente anulado pelo Congresso por meio de um decreto legislativo. Em resposta, o governo acionou o Supremo Tribunal Federal (STF), alegando que o Legislativo ultrapassou suas prerrogativas. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, suspendeu os efeitos dos decretos e convocou uma audiência de conciliação para o dia 15 de julho.

Crescimento nas Transações

Os dados indicam que o volume de USDT negociado em unidades também cresceu, passando de 1,28 bilhão para 1,73 bilhão. A média diária de negociações aumentou de 41,28 milhões para 57,66 milhões de unidades. O preço médio do USDT caiu de R$ 5,69 para R$ 5,57 durante o período.

A Binance continua a dominar o mercado, com 81,9% de participação nas transações do par USDT-BRL. Entre as corretoras nacionais, a BitPreço se destacou, liderando com 5,4% de participação. Essa movimentação crescente no USDT reflete a busca por alternativas informais em remessas internacionais, especialmente em um cenário de incertezas regulatórias.

Regulação e Implicações

Embora o Banco Central tenha emitido orientações preliminares sobre o uso de stablecoins, ainda não há uma regulamentação definitiva que classifique essas transações como operações de câmbio. Essa falta de clareza permite que as negociações continuem em um ambiente com menor regulação tributária, atraindo investidores e usuários que buscam alternativas ao sistema financeiro tradicional.