Intérprete destaca a importância da humanidade diante da inteligência artificial

Cinquenta anos de carreira consolidaram Willem Dafoe como um dos grandes nomes do cinema e do teatro. O ator, conhecido por seus papéis em filmes como "A Última Tentação de Cristo" e "Homem-Aranha", foi nomeado diretor artístico do Festival Internacional de Teatro da Bienal de Veneza. A homenagem ao dramaturgo Richard Foreman e a exploração das possibilidades do corpo no teatro serão os focos de sua curadoria.

Dafoe, que celebra seu aniversário de 70 anos em julho, destaca sua trajetória no teatro experimental, especialmente com o Wooster Group, coletivo que ajudou a fundar. Em entrevista, ele compartilhou que seu trabalho na Bienal envolve convidar artistas que admira e colaborar com jovens criadores. A experiência humana e a conexão entre os corpos no palco são temas centrais em sua visão artística.

O ator enfatiza a importância do corpo na atuação, afirmando que a entrega a uma ação gera experiências emocionais. Ele acredita que ainda há muito a ser explorado no teatro, especialmente em um momento em que a inteligência artificial ganha destaque. Dafoe defende que o elemento humano é insubstituível e que a arte deve resistir a essa nova realidade.

Na Bienal, Dafoe prestará tributo a Richard Foreman, que faleceu em janeiro. Ele recorda momentos de colaboração com o dramaturgo, que o influenciou profundamente. As experiências teatrais de Foreman, com suas frases abstratas, serão replicadas no festival, prometendo uma reflexão sobre a criatividade e a interação no palco.

O ator também reflete sobre sua formação no Wooster Group, onde aprendeu a importância da colaboração entre atores e técnicos. Essa experiência moldou sua abordagem ao cinema e ao teatro, ressaltando a natureza coletiva da arte. Para Dafoe, o teatro é uma forma de meditação sobre a vida, onde cada apresentação é única e influenciada pelas vivências do dia.