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Ben Lerner defende a poesia como forma de resistência e imaginação em novo ensaio

Ben Lerner defende a poesia como um espaço de falha criativa e resistência, desafiando a ideia de sua morte em "O Ódio pela Poesia".

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Ben Lerner, escritor e poeta americano, lançou no Brasil seu ensaio "O Ódio pela Poesia", publicado pela editora Fósforo. A obra discute a relação complexa entre o público e a poesia, defendendo-a como uma forma de "falhar generosamente" em um contexto de desigualdade.

Em entrevista à Folha, Lerner critica a ideia recorrente de que a poesia está em declínio. Ele argumenta que o suposto "ódio" à poesia revela um desejo frustrado por algo que a linguagem não pode oferecer. "As pessoas que dizem odiar poesia, na verdade, mantêm com ela uma relação dialética," afirma. Para ele, essa ambiguidade é central na poesia moderna, que promete mais do que pode cumprir.

Lerner menciona que mesmo poemas considerados ruins podem inspirar reflexões sobre o que constitui um bom poema. Ele destaca que a poesia serve como um campo de teste para nossas demandas estéticas, éticas e políticas. "A linguagem serve para testar o quanto da nossa experiência pode ser compartilhada," diz o autor.

Poesia e Resistência

O autor também relaciona suas ideias com seus romances, como "Estação Atocha" e "Topeka School", que exploram os limites da arte e da subjetividade. Para Lerner, a poesia lida com o que escapa à lógica do mercado e da produtividade. Ele cita Samuel Beckett: "Tente de novo. Fracasse de novo. Fracasse melhor." Essa falha, segundo ele, é uma forma generosa de imaginação.

Ao abordar o contexto brasileiro, Lerner vê a poesia como um gesto de recusa ao "status quo" e uma forma de projetar novas realidades. Além de "O Ódio pela Poesia", o público brasileiro pode acessar suas coletâneas poéticas, como "Ângulo de Guinada" e "As Luzes". Lerner defende que o valor da poesia reside em sua impossibilidade, apostando na força do fracasso como condição para imaginar outros mundos.

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