'Levados pelas marés' revela romance e mudanças sociais na China moderna

Jia Zhangke, renomado cineasta chinês, lança seu novo filme, "Levados pelas marés", que explora a relação entre Qiaoqiao e Guo Bin ao longo de 20 anos, em meio às transformações sociais da China. A obra, dividida em três partes, retrata a solidão e a desolação em um país em rápida mudança, culminando em um reencontro durante a pandemia.

A narrativa começa em 2001, com uma convivência festiva entre os personagens, marcada por alegria e música. No entanto, essa felicidade é interrompida quando Guo Bin decide partir. Cinco anos depois, Qiaoqiao, interpretada por Zhao Tao, busca por ele, enfrentando um cenário de demolições que simbolizam a perda do passado. A protagonista, em sua solidão, caminha por uma paisagem dominada por construções imponentes, refletindo a despersonalização das relações humanas.

Temas Centrais

O filme aborda como o mundo, antes caloroso, se tornou melancólico e voltado para a tecnologia. A conexão entre a experiência coletiva e a jornada pessoal dos personagens é apresentada como frágil. A história avança para o período da pandemia, onde Qiaoqiao e Bin se reencontram em uma breve interação, levando a uma cena final impactante.

Zhangke, ao longo de sua carreira, tem explorado temas como a despersonalização e as transformações sociais na China contemporânea. "Levados pelas marés" não é exceção, trazendo à tona questões relevantes sobre a solidão e a busca por conexão em tempos de mudança. A obra se destaca por sua abordagem sensível e crítica, refletindo a complexidade das relações humanas em um mundo em constante evolução.