06 de fev 2025
Marcas de luxo enfrentam pressão por resultados rápidos de novos diretores criativos
A Gucci anunciou a saída de Sabato de Sarno, gerando incertezas criativas. A indústria de moda enfrenta alta rotatividade de diretores criativos, afetando marcas. Sucessos como Alessandro Michele e Daniel Lee elevam expectativas de vendas rápidas. Críticos alertam sobre a pressão por resultados imediatos, prejudicando talentos. A necessidade de inovação e estrutura corporativa é crucial para o sucesso duradouro.
Sabato de Sarno em seu escritório (Foto: Federico Siamei)
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Nos últimos anos, a indústria da moda tem testemunhado uma significativa troca de diretores criativos em grandes marcas, como Chloé e Valentino. Em 2025, novas estreias estão previstas, incluindo Matthieu Blazy na Chanel e Sarah Burton na Givenchy. A saída de Sabato de Sarno da Gucci, anunciada em 6 de fevereiro, levanta expectativas sobre a chegada de um novo líder criativo que possa revitalizar a marca, assim como Alessandro Michele fez anteriormente, aumentando as vendas da Gucci de € 3,6 bilhões em 2015 para quase € 10 bilhões.
Entretanto, a realidade das mudanças de liderança é complexa. Marcas como Ann Demeulemeester e Trussardi contrataram jovens diretores, mas muitos foram substituídos após menos de três temporadas. Luca Solca, da Bernstein, observa que mesmo marcas financeiramente saudáveis buscam novas energias criativas quando o crescimento é fraco. Críticos, como Sarah Mower, alertam que essa impaciência pode ser prejudicial, pois a mudança de direção requer tempo e não deve ser atribuída apenas ao diretor criativo.
A pressão por resultados rápidos é crescente, especialmente em um mercado que exige inovação constante. Robert Burke, analista de varejo de luxo, destaca que a moda não é sobre consistência, mas sim sobre novidade. A rotatividade de diretores criativos tem aumentado, com a expectativa de que o sucesso comercial se manifeste rapidamente. No entanto, essa busca por resultados imediatos pode desincentivar a dedicação dos designers, que muitas vezes veem suas posições como temporárias.
Por fim, especialistas concordam que o sucesso de uma marca não depende apenas do diretor criativo, mas de uma estrutura corporativa sólida e de uma equipe criativa multifacetada. Burke enfatiza que é essencial que as marcas criem desejo por produtos que os clientes nem sabiam que queriam, o que requer um alinhamento eficaz entre as equipes de marketing e design. A mudança de um diretor criativo pode ser apenas uma parte do quebra-cabeça necessário para revitalizar uma marca em dificuldades.
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