19 de fev 2025
Jogadores pedem fim dos gramados sintéticos; estudos não comprovam aumento de lesões
Jogadores como Neymar e Thiago Silva pedem o fim dos gramados sintéticos no Brasil. Estudos recentes mostram que lesões são menos frequentes em gramados sintéticos. Uma meta análise de 2023 confirma menor incidência de lesões em superfícies artificiais. Pesquisas anteriores, como a de 2006, também não encontraram evidências contra gramados sintéticos. Críticas aos gramados sintéticos podem estar ligadas à adaptação dos jogadores ao ritmo de jogo.
Gramado sintético está se popularizando no Brasil. (Foto: Getty Images)
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Um movimento liderado por jogadores renomados do futebol brasileiro, incluindo Neymar, Thiago Silva e Gabigol, solicita o fim dos gramados sintéticos no país. Eles expressaram suas preocupações em um texto, levantando a questão sobre se esses tipos de gramado realmente aumentam o risco de lesões em comparação com os naturais. Apesar das queixas dos atletas, estudos científicos não corroboram essa visão, indicando que não há evidências claras de que os gramados sintéticos causem mais lesões.
Um estudo de 2006, publicado no British Journal of Sports Medicine, analisou 290 jogadores de elite em gramados artificiais e 202 em gramados naturais. Os resultados mostraram que a incidência de lesões não diferiu significativamente entre as superfícies, com taxas de lesões durante o jogo de 19,60 para gramado sintético e 21,48 para o natural. Além disso, a coorte que jogou em gramado sintético apresentou uma menor incidência de lesões em comparação com o grupo de controle.
Uma meta-análise de 2013, realizada pelo Instituto Politécnico da Virgínia, também não encontrou evidências de que o gramado sintético aumentasse a taxa de lesões. Em uma revisão mais recente, de 2023, publicada na Revista The Lancet, a análise de 1.447 estudos revelou que a incidência geral de lesões no futebol é menor em gramados artificiais do que em naturais. Essa pesquisa sugere que o risco de lesão não deve ser um argumento contra o uso de gramados sintéticos.
O fisioterapeuta Felipe de Carvalho ressalta que as críticas à superfície sintética estão mais relacionadas às condições de jogo. Ele explica que a velocidade da bola em gramado sintético é diferente, o que pode exigir uma adaptação maior dos jogadores, especialmente aqueles menos acostumados. Portanto, as preocupações sobre lesões podem estar mais ligadas ao estilo de jogo do que à superfície em si.
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