Cresce a diversidade gastronômica com a fusão de sabores ocidentais e orientais

Entre o final dos anos 1960 e o início dos 1970, a música mundial vivenciou um período de intensa inovação com o surgimento do jazz fusion, que uniu elementos do jazz, rock e funk, através de artistas como Miles Davis e Chick Corea. Décadas depois, o chef americano Norman Van Aken popularizou o termo “fusion” na gastronomia, refletindo a mistura de influências culturais, especialmente entre a culinária ocidental e oriental. Atualmente, essa tendência evolui para uma nova fase, onde a diversidade de sabores gera discussões sobre a própria definição de "fusão".

No Brasil, o intercâmbio gastronômico é vibrante, com restaurantes como o L40, em São Paulo, que oferece pratos inspirados em diversas culturas, e o Kinjo, no Rio de Janeiro, que combina elementos peruanos e japoneses. Em metrópoles globais, como Nova York e Buenos Aires, a fusão de diferentes tradições culinárias também é evidente, destacando a curiosidade crescente por sabores asiáticos, impulsionada pela popularidade da cultura sul-coreana.

A chef Ina de Abreu, do restaurante Mestiço, exemplifica essa busca por novas experiências gastronômicas, que começou após sua viagem à Tailândia em 1997. Além disso, a valorização das contribuições de comunidades de imigrantes é um aspecto importante desse fenômeno, como demonstrado pelo restaurante Mag, que homenageia a mistura de influências latino-americanas, judaicas e brasileiras.

Entretanto, a proliferação de restaurantes que adotam a fusão apenas como estratégia de marketing gera críticas. É essencial distinguir os estabelecimentos que realmente exploram a profundidade cultural e histórica das cozinhas, promovendo uma gastronomia que reflete a diversidade e a igualdade social. A fusão, quando bem executada, se torna um símbolo de inclusão e respeito às tradições culinárias de diferentes povos.