Suspeita de envenenamento em família no RS investiga contaminação de bolo de Natal

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul investiga o envenenamento do marido e do filho de Deise Moura dos Anjos, principal suspeita de ter contaminado um bolo de Natal que resultou na morte de três pessoas em Torres. As amostras de sangue dos familiares foram coletadas e enviadas ao Instituto-Geral de Perícias (IGP) para análise. A investigação revelou que Deise adquiriu arsênio pela internet em quatro ocasiões no ano passado, com entregas via Correios. A substância foi encontrada nas vítimas que consumiram o bolo e no corpo de seu sogro, exumado recentemente.

Deise está presa temporariamente por 30 dias, com possibilidade de prorrogação. A perícia confirmou que a causa das mortes foi envenenamento por arsênio, e a fonte de contaminação foi a farinha encontrada na casa de sua sogra, Zeli dos Anjos. As investigações indicam que Deise pode ter praticado "homicídios em série", sendo responsável pela morte de quatro familiares entre setembro e dezembro de 2024. As vítimas fatais incluem irmãs e uma sobrinha de Zeli, além de outros familiares que foram hospitalizados após o consumo do bolo.

Divergências familiares antigas são apontadas como possíveis motivações para os envenenamentos. O delegado do caso destacou que a convivência familiar parecia harmoniosa, mas com conflitos causados por Deise. Ela tem se mostrado tranquila durante os depoimentos, o que levanta suspeitas sobre seu comportamento. Além disso, a polícia analisa um lanche enviado por Deise para sua sogra no hospital, que também pode ter sido contaminado.

Em um caso separado, no Piauí, Francisco de Assis Pereira da Costa foi preso por suspeita de envenenar sua família com arroz contaminado por terbufós, um inseticida altamente tóxico. O crime ocorreu após a ceia de Ano-Novo, resultando na morte de quatro pessoas, incluindo crianças. Francisco tinha um relacionamento conturbado com as vítimas, e a investigação confirmou a presença de veneno no arroz. O terbufós é um agrotóxico de uso restrito no Brasil, e sua comercialização ilegal representa um grave risco à saúde pública.