24 de fev 2025
França inicia julgamento de ex-cirurgião acusado de abusar de quase 300 pacientes crianças
Joel Le Scouarnec, ex cirurgião, é acusado de abusar sexualmente de 299 pacientes. O julgamento em Vannes expõe falhas sistêmicas que permitiram sua atuação criminosa. Ele já cumpre pena de 15 anos por abusos anteriores, incluindo suas sobrinhas. O caso destaca a luta contra a impunidade em crimes sexuais na França. Vítimas relatam traumas duradouros, evidenciando a gravidade dos abusos.
Foto: Reprodução
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O julgamento de Joel Le Scouarnec, ex-cirurgião de 74 anos, começou nesta segunda-feira em Vannes, na França, onde ele é acusado de abusar sexualmente de 299 ex-pacientes, a maioria crianças, entre 1989 e 2014. Le Scouarnec já cumpre uma pena de 15 anos por crimes anteriores, incluindo o abuso de suas sobrinhas. O novo processo, que deve durar quatro meses, expõe alegações de que ele cometeu os abusos em diversos hospitais, muitas vezes enquanto as vítimas estavam sob anestesia.
As vítimas têm idades variadas, com 256 delas tendo menos de 15 anos. O caso ganhou destaque nacional, especialmente após um recente julgamento de um caso de abuso em massa que chocou a França. A advogada Francesca Satta, que representa várias vítimas, destacou que o movimento atual busca romper o silêncio em torno do abuso sexual, afirmando que "silêncio não é mais uma opção". O tribunal reservou um auditório universitário para acomodar o grande número de pessoas interessadas no caso.
Le Scouarnec já havia sido condenado anteriormente por posse de imagens de abuso infantil e, apesar disso, continuou a exercer a medicina. A descoberta de seus crimes veio à tona após uma acusação de uma menina de seis anos em 2017, levando à investigação de seus diários, que continham relatos detalhados de abusos. A advogada Delphine Driguez descreveu Le Scouarnec como um homem "extremamente frio, sem empatia", que conseguiu evitar suspeitas por anos devido à sua posição social.
O julgamento não apenas busca justiça para as vítimas, mas também expõe falhas sistêmicas que permitiram que Le Scouarnec operasse livremente. A La Voix de l'Enfant, uma organização de defesa dos direitos da criança, criticou a falta de ações efetivas que poderiam ter impedido o cirurgião de continuar sua prática médica. Uma investigação separada está em andamento para apurar essas falhas, embora ainda não tenha identificado responsáveis específicos.
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