27 de abr 2025
Homem é resgatado após nove anos em trabalho análogo à escravidão em Minas Gerais
Operação "Novo Amanhã" resgata vítimas LGBT+ em Minas Gerais; três homens são presos por aliciamento e trabalho forçado em condições desumanas.
Tatuagem no corpo de uma das vítimas resgatadas em condição análoga à escravidão, em Minas Gerais, com as iniciais de dois dos empregadores; os nomes dos suspeitos não foram divulgados. (Foto: Divulgação/Auditoria-Fiscal do Trabalho)
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Um homem de 32 anos e uma mulher transgênero de 29 foram resgatados em Planura, Minas Gerais, após serem mantidos em condições análogas à escravidão por nove anos. A operação, chamada "Novo Amanhã", foi realizada entre os dias 8 e 15 de abril pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em parceria com a Polícia Federal e o Ministério Público do Trabalho. Durante a ação, três homens foram presos por aliciar vítimas LGBT+ com promessas enganosas.
Os suspeitos, com idades de 57, 40 e 24 anos, formavam um trisal e atraíam pessoas em situação de vulnerabilidade por meio de redes sociais. Prometiam emprego, moradia e educação, mas, após ganharem a confiança das vítimas, impunham jornadas exaustivas e violência. O homem resgatado foi forçado a trabalhar como empregado doméstico e a tatuar as iniciais dos patrões nas costelas como forma de controle.
A mulher transgênero permaneceu sob exploração por seis meses e sofreu um acidente vascular cerebral (AVC), possivelmente devido ao estresse e às agressões. Os detidos foram levados para a Penitenciária Professor Aluízio Ignácio de Oliveira, em Uberaba, e autuados pelo crime de tráfico de pessoas para fins de trabalho em condição análoga à escravidão.
A operação foi desencadeada após uma denúncia recebida pelo Disque 100, que relatou sinais de trabalho forçado, cárcere privado e exploração sexual. Durante a fiscalização, foram apreendidos celulares e notebooks. As duas vítimas resgatadas estão recebendo assistência médica, psicológica e jurídica na Clínica de Enfrentamento ao Trabalho Escravo da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e no Centro Universitário Presidente Antônio Carlos (Unipac). As investigações continuam para identificar outras possíveis vítimas.
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