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Pesquisadores encontram lacunas em mapas globais para conformidade com EUDR

Mapas globais para a EUDR subestimam ou superestimam florestas; apenas dois de vinte e um datasets atendem aos indicadores, com 75% das parcelas de café no México classificadas de forma incorreta

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Por Revisado por: Time de Jornalismo Portal Tela
A cocoa farmer and member of a local cooperative inspects the state of bean fermentation in Lembe Yezoum, Cameroon.
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  • A revisão aponta que mapas globais usados para checar a conformidade com a EUDR podem superestimar ou subestimar áreas florestais; somente dois de vinte e um conjuntos de dados atendem a todos os indicadores.
  • A EUDR entrará em vigor para a maioria das empresas em 30 de dezembro de 2026, após novo adiamento pelo Parlamento Europeu.
  • No México, a análise avaliou duzentas parcelas de café entre um e cinco hectares e 75% foram classificadas como não conformes pela mapa, mesmo tratando-se de sistemas agroflorestais.
  • A discrepância ocorre porque muitos cultivos agroflorestais ficam sob copas de árvores e não aparecem como florestas nos mapas, dificultando a identificação de desmatamento.
  • Pesquisadores defendem combinar dados de mapas com validação de campo e registros de uso da terra para orientar melhor a conformidade com a EUDR e evitar danos a produtores de pequeno porte.

A pesquisa aponta falhas significativas nos mapas globais usados para verificar a conformidade com a EUDR, a regulamentação da União Europeia para produtos livres de desmatamento. Apenas dois de 21 conjuntos de dados analisados atenderam a todos os indicadores. A conclusão reforça a necessidade de cautela na escolha de mapas para compliance.

Os pesquisadores analisaram 21 mapas de cobertura florestal, avaliando frames temporais, resolução espacial e definições de floresta. Os mapas foram comparados com a FAO 2020 e com discrepâncias detectadas. O estudo revela que a maioria tende a superestimar áreas florestais.

Em México, resultado emblemático: 600 parcelas de café, entre 1 e 5 hectares, foram classificadas como não conformes pela mapa utilizado, embora sejam sistemas agroflorestais com histórica ocupação de terras. O descompasso entre mapa e realidade indica limitações na ferramenta de verificação.

Detalhes do estudo

Os autores destacam que apenas 2 dos 21 mapas atendem a todos os parâmetros da definição de floresta da EUDR. Em muitos casos, áreas com café sob sombreamento agroflorestal aparecem como florestas, dificultando a identificação de desmatamento recente.

A diferença entre tipo de uso da terra complica a leitura remota. Cultivos como cacau, soja e pastagens aparecem com contraste acentuado, enquanto agroflorestas, com irrigação e cobertura permanente, geram leituras menos claras para as autoridades.

Caso do México

Os pesquisadores examinaram parcelas no México para verificar se as fontes de dados atendem aos requisitos da EUDR. Em 600 áreas, 75% foram consideradas não conformes pelo mapa, mesmo com histórico de produção anterior a 2020. A equipe ressalta que a agrofloresta pode ser confundida com desmatamento recente.

Implicações e próximos passos

O estudo aponta para uso cauteloso de mapas como única base para decisões de conformidade. A equipe defende a combinação de dados remotos com validação de campo e registros oficiais de uso da terra. Riscos: vínculos indevidos entre empresas e desmatamento.

Os pesquisadores também destacam o papel de pequenas propriedades na cadeia de suprimentos. A dependência excessiva de mapas pode afastar produtores de pequena escala, impactando a biodiversidade e a continuidade de fornecimento.

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