05 de fev 2025
América Latina e Caribe investem menos de 2% do PIB em prevenção de desastres climáticos
América Latina e Caribe enfrentam aumento de desastres naturais, agravados pela mudança climática. Entre 2000 e 2022, 190 milhões de pessoas foram afetadas por desastres na região. Investimentos em prevenção variam de 0,06% a 2,32% do PIB, com foco em ações reativas. Apenas 1% dos recursos de cooperação para desenvolvimento é destinado à redução de riscos. Ações preventivas e sistemas de alerta podem reduzir impactos econômicos e mortalidade.
"Uma mulher caminha em meio a uma área afetada pelas inundações, na cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul (Brasil). Em maio de 2024. (Foto: Daniel Marenco/EFE)"
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A América Latina e o Caribe enfrentam um aumento alarmante na frequência e intensidade de desastres naturais, como inundações no Brasil e incêndios no Chile, que resultaram em mais de 100 mortes em cada caso. O último relatório da Oficina de Nações Unidas para a Redução de Riscos de Desastres (UNDRR) destaca que, apesar de serem a segunda região mais vulnerável do mundo, os países investem apenas entre 0,1% e 2,5% do PIB em medidas de prevenção e resposta a esses eventos.
O estudo revela que, entre 2000 e 2022, cerca de 190 milhões de pessoas foram afetadas por 1.534 desastres. Os dados de cinco países, incluindo Brasil e México, mostram que a maior parte do orçamento é destinada a ações reativas, com 78% dos investimentos focados na resposta após os desastres, em vez de na prevenção. Nahuel Arenas, chefe da UNDRR para as Américas, enfatiza que é quatro a sete vezes mais caro reagir do que prevenir.
Além disso, menos de 1% dos recursos de cooperação para o desenvolvimento entre 2005 e 2021 foram alocados para ações de mitigação de riscos. Arenas ressalta a necessidade urgente de aumentar os investimentos em ações climáticas, já que 75% dos desastres têm origem climática. O relatório sugere que as futuras construções devem considerar os riscos climáticos para evitar custos elevados de reconstrução.
Por fim, o documento recomenda o fortalecimento de sistemas de alerta precoce e a resiliência das finanças públicas, através de ferramentas como seguros. Atualmente, apenas 5% das perdas por desastres nos países em desenvolvimento são cobertas por seguros, em comparação com 40% nos países desenvolvidos. A região, segundo Arenas, precisa se preparar melhor para os desastres que já estão ocorrendo e que ainda estão por vir.
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