10 de mar 2025
Corais de fogo do Rio Grande do Norte enfrentam extinção com 70% da população perdida
Cerca de 70% dos corais de fogo morreram na costa do Rio Grande do Norte. O aquecimento do oceano e turismo irregular são as principais causas. O Idema notificou mais de 50 embarcações turísticas irregulares recentemente. Em setembro de 2024, o afundamento de uma embarcação resultou em duas mortes. A suspensão dos passeios visa proteger os recifes e a biodiversidade local.
"Processo de branqueamento dos corais (Foto: Arte g1)"
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Cerca de 70% dos corais de fogo na região entre os municípios de Rio do Fogo, Touros e Maxaranguape morreram nos últimos cinco anos, conforme o pesquisador Guilherme Longo. O aquecimento do oceano é o principal fator para o enfraquecimento dos recifes, mas o turismo irregular também agrava a situação. Os recifes são habitats essenciais para diversas espécies e têm grande importância turística e científica.
Os corais da costa potiguar passaram por pelo menos dois processos de branqueamento nos últimos cinco anos, um em 2020 e outro em 2024. Longo explica que o aumento da temperatura da água, que pode chegar a 32º C, causa estresse oxidativo nos corais, levando à expulsão das microalgas que os nutrem. Isso resulta em uma fragilidade extrema, tornando os corais suscetíveis a doenças.
O coral de fogo, conhecido como Millepora alcicornis, é um dos mais afetados, com uma taxa de mortalidade de 95% após o branqueamento. Em contrapartida, o coral estrela, Siderastrea stellata, apresenta uma mortalidade abaixo de 5%. A região de Touros, Rio do Fogo e Maxaranguape é particularmente vulnerável, pois os corais estão em águas rasas, mas o branqueamento também foi observado em profundidades de até 30 metros.
O Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (Idema) administra a Área de Proteção Ambiental dos Recifes de Corais, que abrange 1.360 quilômetros quadrados. A gestora Jaciana Barbosa destaca a preocupação com embarcações irregulares que levam turistas para os parrachos, intensificando o impacto sobre os corais. Em março de 2024, mais de 50 embarcações foram notificadas, e após um acidente que resultou em mortes, os passeios na região foram suspensos temporariamente.
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