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Antártica ganha tons de rosa com a proliferação de microalgas devido ao aquecimento global

Proliferação de microalgas na Antártica acelera derretimento do gelo, alterando albedo e intensificando aquecimento global. Cientistas alertam.

Biologista José Ignacio García está em frente a um trecho de neve rosa nas encostas do Monte Reina Sofía, Antártica. (Foto: EPV)

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A Antártica abriga o Monte Reina Sofia, uma elevação de 275 metros que, em um dia ensolarado de fevereiro, exibe uma coloração incomum em suas encostas brancas. O biológo José Ignacio García destaca a presença da "neve rosa", resultado da proliferação de microalgas, que se intensificou devido às mudanças climáticas. Conhecida como neve de melancia ou neve de sangue, essa coloração é causada pela alga Sanguina nivaloides, que contém o pigmento astaxantina, o mesmo que confere a cor ao salmão. Essa alteração na superfície da neve, que antes refletia a luz solar, agora absorve mais calor, acelerando o derretimento das geleiras.

A região do Monte Reina Sofia, localizada na Ilha Livingston, é uma das mais afetadas pelas mudanças climáticas, com um aumento de temperatura superior a 3 graus nas últimas cinco décadas. Um estudo do Instituto Antártico Chileno revelou que as algas são responsáveis pelo derretimento de mais de dois milhões de toneladas de neve a cada verão. O climatologista Raúl Cordero alerta que esses números podem ser ainda maiores, uma vez que a proliferação excessiva das algas não é natural.

Pesquisadores espanhóis, liderados por García e Beatriz Fernández, estão investigando a neve rosa na Antártica. Além das algas que colorem a neve de rosa, outras espécies também têm sido identificadas, como a Ancylonema nordenskioeldii, que gera manchas de roxo. Um estudo da Universidade de Cambridge em 2019 detectou quase 1.700 florescimentos de algas verdes na Península Antártica, cobrindo uma área de dois quilômetros quadrados. O climatologista Cordero enfatiza que a presença de microalgas é muito mais abundante do que se imagina.

A pesquisa sobre a neve rosa é parte de um esforço maior para entender a biodiversidade da Antártica, onde apenas duas plantas nativas existem. O astrofísico Kike Díez, que mede o albedo (capacidade de refletir luz) da neve, observa que a neve colorida reduz o albedo em até 40%, contribuindo para um ciclo vicioso de aquecimento. Com a diminuição das áreas de gelo, a capacidade da Terra de refletir a luz solar diminui, resultando em um aumento contínuo da temperatura.

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