30 de jan 2025
Desastres naturais no Brasil: secas e chuvas intensas causam 251 mortes em 2024
Em 2024, o Brasil enfrentou 251 mortes por desastres relacionados a chuvas, principalmente no Rio Grande do Sul. O ano foi o mais quente já registrado, intensificando eventos climáticos extremos e desastres naturais. Apenas sete estados têm fundos específicos para enfrentar mudanças climáticas, evidenciando a falta de preparação. O aumento do nível do mar ameaça cidades como Vitória e Rio de Janeiro, exigindo ações urgentes. Medidas preventivas, como obras de estabilização e soluções baseadas na natureza, são essenciais para mitigar impactos futuros.
Rio Negro, no Amazonas, praticamente secou neste ano: despesas imprevisíveis e urgentes, como as feitas para combater incêndios, secas e enchentes, podem ficar fora da meta fiscal, mas engordam a dívida pública. (Foto: Raphael Alves/Agência Enquadrar)
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O anuário divulgado nesta quinta-feira pelo Centro Brasil no Clima e pelo Instituto Clima Sociedade revela que as estiagens e secas são os desastres naturais mais frequentes no Brasil desde 2000, representando 44,2% dos eventos registrados até 2023. O estudo destaca a primeira ocorrência de uma região de "clima árido" no Centro-Norte da Bahia e prevê que o aumento do nível do mar impactará cidades como Vitória, Rio de Janeiro e Santos. Além disso, áreas como o Seridó e o Sertão Central estão em risco de desertificação, enquanto apenas o Ceará possui um plano efetivo de combate à seca.
Em 2024, o Brasil enfrentou 251 mortes devido a desastres relacionados a chuvas, com o Rio Grande do Sul sendo o mais afetado, contabilizando 183 óbitos. O fenômeno El Niño contribuiu para as intensas chuvas, mas as mudanças climáticas aumentaram a probabilidade de tais desastres. O relatório do World Weather Attribution indica que eventos extremos se tornaram mais frequentes devido ao aquecimento global, com a chance de desastres como os do Rio Grande do Sul dobrando.
Os prejuízos econômicos em 2024 foram estimados em R$ 9,2 bilhões, evidenciando a necessidade de investimentos em prevenção. Especialistas sugerem que medidas estruturais, como estabilização de encostas e melhorias na drenagem, são essenciais. Além disso, a implementação de soluções baseadas na natureza, como a preservação de manguezais, é destacada como uma abordagem eficaz e econômica para mitigar os impactos das mudanças climáticas.
O Cemaden emitiu um recorde de 2.620 alertas de desastres em 2024, e a previsão para 2025 é incerta, dependendo das condições climáticas. O relatório sugere uma transição rápida para energias renováveis, melhorias nos sistemas de alerta e financiamento para países em desenvolvimento. Apesar da clareza científica sobre a relação entre mudanças climáticas e desastres, a resposta política ainda é considerada insuficiente, com uma falta de soluções que integrem a natureza nas estratégias de mitigação.
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