03 de mai 2025
Erosão avança no litoral da Albânia e ameaça ecossistemas e turismo local
Erosão avança no litoral albanês, ameaçando ecossistemas e turismo, com o nível do mar subindo e construções descontroladas.
Sacos de areia colocados em frente à varanda de um restaurante numa praia de Kune, na Albânia: diversos pontos do litoral do país europeu têm sofrido com aumento do nível do mar. (Foto: Adnan Beci / AFP)
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A Albânia enfrenta uma grave crise ambiental em seu litoral, especialmente nas regiões de Velipoja e Golem. A erosão costeira, intensificada por construções e mudanças climáticas, ameaça ecossistemas e o turismo local. Dados da NASA indicam que o nível do mar subiu em média 10 centímetros globalmente entre 1993 e 2023.
Cerca de 154 quilômetros dos 273 quilômetros de litoral adriático da Albânia estão sob risco de erosão, conforme afirma a especialista em planejamento urbano Besjana Shehu. O turismo no país cresceu significativamente, passando de 5,1 milhões de visitantes em 2018 para 10,1 milhões em 2023, mas a urbanização descontrolada está prejudicando a natureza. No Parque Velipoja, o nível do mar sobe mais de cinco metros por ano, invadindo florestas e ameaçando a biodiversidade.
A Ilha Franz Jozeph, que já era um ponto turístico, desapareceu em 2012, engolida pelo mar. Localizada a apenas 150 metros da costa, a ilha de 19,5 hectares era um habitat para aves marinhas. O professor de geografia da Universidade de Shkodra, Ervis Krymi, explica que a construção de barragens na região prendeu sedimentos, acelerando a erosão.
Em Kune, moradores relatam o aumento das tempestades marítimas e a perda de árvores na costa. O especialista ambiental Jak Gjini destaca que o mar avança sobre a terra a uma velocidade alarmante, em algumas áreas, superando 20 metros anualmente. Bunkers da era comunista também foram levados pelo mar, e a gerente de um restaurante local, Vera Faslliaj, alerta que em poucos anos, a costa pode desaparecer.
As autoridades reconhecem que a elevação do nível do mar representa riscos sérios de inundações para áreas urbanas. Até o final da década, mais de um terço das áreas costeiras, totalizando 1.082,45 quilômetros quadrados, sofrerão consequências diretas, segundo a agência nacional de proteção civil. Em Golem, hoteleiros expressam preocupação com a falta de ação das autoridades para controlar o desenvolvimento costeiro, que já resultou na perda de 70 metros de litoral nos últimos 16 anos.
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