16 de mar 2025
Mar avança sobre a praia de Juanchaco e destrói casas na costa colombiana
Juanchaco, em Buenaventura, enfrenta erosão severa, afetando 61 casas. Moradores temem por suas vidas e consideram migração definitiva. Comunidade afrocolombiana, que representa 88,5% da população local, é resiliente. Governo promete estudo para mitigação, mas reubicación é considerada necessária. Fenômeno natural e falta de apoio político agravam a situação da praia.
"Um homem observa a subida da maré em Juanchaco (Valle del Cauca), em 1 de março de 2025. (Foto: Andrés Zea)"
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Os habitantes de Juanchaco, uma praia no corregimento de Buenaventura, enfrentam uma grave crise devido à erosão costeira, que já destruiu 22 casas e danificou outras 39. Desde julho do ano passado, o fenômeno natural, que ocorre a cada quinze dias e está ligado às fases da Lua, intensificou-se, levando os moradores a temerem não apenas o deslocamento por questões de segurança, mas pela força do mar. José Amado Arboleda, conhecido como 'El Mono', relata que suas tentativas de proteger sua loja com trincheiras foram em vão, e ele e sua parceira, Adriana Holguín, tiveram que abandonar suas casas.
Os moradores, cientes dos riscos de viver à beira-mar, nunca imaginaram que o oceano se aproximaria tanto. Liliana Gamboa, proprietária de um hostal, destaca a conexão profunda que as comunidades afrocolombianas têm com o mar, essencial para suas atividades de pesca e turismo. Apesar da escassez de apoio governamental, os residentes demonstram resiliência, reconstruindo suas vidas após cada desastre. Um estudo acadêmico de 2019 aponta que essas comunidades desenvolveram práticas ancestrais como estratégia de adaptação, embora isso também atrase seu progresso social.
A situação se agrava com a perda do sentido de coletividade, conforme os moradores enfrentam a erosão de forma isolada. Rosa Valencia, uma das afetadas, relembra tempos mais simples e tranquilos, enquanto muitos consideram a possibilidade de migrar definitivamente se a erosão continuar. O governo prometeu um estudo para determinar obras de mitigação, mas a Unidade Nacional de Gestão do Risco já menciona a reubicación como uma medida necessária para proteger vidas.
Enquanto isso, o restaurante Yenny se destaca como o último bastião contra a maré, utilizando sacos de areia para se proteger. July Andrea Ramírez, enfermeira local, enfatiza a necessidade de empatia e apoio governamental para preservar as casas. A comunidade continua a lutar contra a força do mar, esperando que, em meio à adversidade, a natureza também possa oferecer momentos de calma, como o avistamento de golfinhos após uma forte tempestade.
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