Brasil perde dois pesquisadores que lutaram pela preservação da natureza e cultura

O Brasil perdeu, nesta semana, dois importantes pesquisadores: Niède Guidon e Dalton Valeriano. Ambos dedicaram suas vidas à preservação da biodiversidade e do patrimônio cultural do país, com foco na caatinga e na Amazônia.

Niède Guidon, nascida em mil novecentos e trinta e três, foi fundamental na criação do Parque Nacional Serra da Capivara, no Piauí. Em mil novecentos e setenta e nove, sua pesquisa sobre pinturas rupestres resultou na proteção de sítios arqueológicos únicos. O parque, com 1.300 km², é comparável à área da cidade de São Paulo e abriga uma rica diversidade ecológica e cultural.

Dalton Valeriano, nascido em mil novecentos e cinquenta e seis, contribuiu para o monitoramento do desmatamento na Amazônia. Ele foi responsável pela criação do programa Deter, que acompanha a devastação florestal na região. A Amazônia já perdeu cerca de 800 mil km² de vegetação, o que representa quase 20% de sua área original.

Impacto das Contribuições

As iniciativas de Guidon e Valeriano são cruciais, especialmente considerando que apenas nove por cento da caatinga está protegida. O bioma, que já teve 42,6% de sua vegetação natural destruída, enfrenta sérios riscos. O sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), começou a monitorar a caatinga em dois mil e dezesseis, revelando a gravidade da situação.

A perda desses dois pesquisadores deixa um vazio significativo na luta pela conservação ambiental no Brasil. Sem suas contribuições, a situação da biodiversidade e do patrimônio cultural do país seria ainda mais alarmante.