12 de mai 2025
Pokomo luta pela restituição do tambor sagrado Ngadji, confiscado em 1902
Open Restitution Africa lança microgrants para apoiar pesquisas sobre restituição cultural, destacando vozes africanas em negociações.
Molemo Moiloa e Chao Tayiana Maina, fundadores da Open Restitution Africa. (Foto: Mekbib Tadesse)
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Restituição Cultural: Iniciativa da Open Restitution Africa
A Open Restitution Africa (ORA) lançou recentemente microgrants para apoiar pesquisadores independentes na coleta de dados sobre esforços de restituição cultural. A iniciativa visa incluir vozes africanas nas discussões sobre a devolução de objetos culturais, especialmente após a perda de itens significativos durante o colonialismo britânico.
Um exemplo é o caso do Ngadji, um tambor sagrado dos Pokomo, que foi confiscado em mil novecentos e dois. Desde então, a comunidade, localizada no sudeste do Quênia, viu uma significativa conversão religiosa, dificultando a realização de cerimônias tradicionais. O pesquisador William Mutta Tsaka, com um microgrant de R$ 1,65 mil, documentou a luta da comunidade para recuperar o tambor do Museu Britânico.
A ORA, com um financiamento de R$ 600 mil da Mellon Foundation, busca apoiar a pesquisa sobre restituição cultural. Os fundadores, Chao Maina e Molemo Moiloa, perceberam que a demanda por apoio era maior do que o esperado, já que muitos pesquisadores independentes dependiam de arrecadação comunitária antes da criação dos microgrants.
Desafios na Restituição
Os microgrants da ORA são considerados os primeiros a financiar acadêmicos independentes na África. Tsaka, em sua pesquisa, entrevistou membros da comunidade Pokomo e representantes da iniciativa Recovery of the Ngadji, que busca a devolução do tambor. No entanto, a recuperação enfrenta obstáculos devido a desentendimentos internos na comunidade.
Tsaka enfatiza a importância de envolver a comunidade local nas negociações. Ele afirma que a devolução de objetos culturais deve ser uma decisão coletiva, e não apenas de ONGs ou instituições externas. O Museu Britânico e a iniciativa de recuperação não comentaram sobre o processo de negociação.
A ORA também destaca que a discussão sobre restituição vai além dos Bronzes de Benin, frequentemente mencionados na mídia. A organização busca diversificar as narrativas sobre a restituição, abordando casos de restos humanos e outros artefatos menos divulgados.
Plataforma de Dados e Futuro da Restituição
A ORA está desenvolvendo uma plataforma de dados aberta, que será lançada no final do ano. O objetivo é fornecer recursos qualitativos e quantitativos para facilitar o avanço de casos de restituição. Maina afirmou que a iniciativa busca identificar padrões que ajudem a acelerar o processo de devolução de objetos confiscados.
A pesquisa da ORA revela que a luta pela restituição de objetos culturais tem ocorrido em grande parte nos bastidores, entre museus e líderes nacionais. Com os novos dados, a organização espera que as comunidades africanas possam reivindicar seus bens de forma mais eficaz.
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