Fóssil raro revela detalhes surpreendentes da última refeição de dinossauro gigante

Pela primeira vez, cientistas identificaram o conteúdo intestinal fossilizado do dinossauro Diamantinasaurus matildae, um saurópode que viveu há cerca de 95 milhões de anos na Austrália. O achado ocorreu em Queensland, onde um esqueleto relativamente completo foi escavado, revelando uma camada de rocha endurecida com restos vegetais visíveis.

Análises detalhadas, incluindo tomografia e microscopia, mostraram uma dieta diversificada composta por folhas de coníferas, frutos de samambaias e folhas de angiospermas. Essa variedade sugere que o Diamantinasaurus era um comedor oportunista, capaz de explorar diferentes tipos de vegetação. Embora os saurópodes sejam considerados herbívoros desde o século XIX, essa é a primeira evidência direta de sua dieta.

O conteúdo intestinal, conhecido como colólito, foi encontrado em uma camada de sedimento de aproximadamente 100 litros na região abdominal do fóssil. Além dos restos vegetais, a camada preservou a pele mineralizada do dinossauro, com escamas hexagonais visíveis. As condições excepcionais de fossilização, como a baixa acidez e a ausência de oxigênio, foram cruciais para a preservação do material orgânico.

A análise do conteúdo intestinal reforça a ideia de que os saurópodes tinham um sistema digestivo robusto, semelhante ao de grandes herbívoros atuais, como os elefantes. As plantas ingeridas estavam pouco mastigadas e apresentavam sinais de compressão, indicando uma ingestão rápida e um processamento mínimo na boca. A presença de diferentes tipos de vegetação sugere que esses dinossauros podiam se alimentar em várias alturas, o que pode ter contribuído para seu sucesso evolutivo.