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Amazônia enfrenta grave ameaça com aumento de incêndios e grilagem de terras públicas

Em 2024, incêndios na Amazônia caíram 20%, mas queimadas em florestas públicas aumentaram. Florestas públicas queimaram 64% a mais, devastando 2.460.082 hectares em 2024. Grilagem ameaça mais de 20 milhões de hectares, com risco de 8 bilhões de toneladas de carbono. Desmatamento e fogo estão interligados, exigindo políticas de destinação para proteção. Setembro foi o mês recorde de queimadas, com 756,3 mil hectares perdidos nas florestas públicas.

FLORESTA AMAZÔNICA - preservação perde para os interesses econômicos clandestinos (Foto: Tulane Univers/VEJA)

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Os dados de 2024 mostram uma diminuição de 20% nos incêndios na Amazônia em comparação ao ano anterior, totalizando 2.460.082 hectares queimados. No entanto, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) alerta para um aumento de 64% nas queimadas em florestas públicas, também conhecidas como "sem destinação". Em 2023, essas áreas queimaram 1.498.320 hectares.

O uso do fogo para desmatamento é uma prática comum, e áreas devastadas tornam-se vulneráveis a incêndios criminosos e grilagem. Paulo Moutinho, pesquisador sênior do IPAM, destaca que "o desmatamento e o fogo fazem parte do mesmo processo de ocupação ilegal de terras públicas". Ele enfatiza que a redução do desmatamento deve ser acompanhada de políticas que destinem essas florestas, visando uma solução sustentável.

A Lei de Gestão de Florestas Públicas de 2006 prevê que essas áreas sejam destinadas à conservação ou uso sustentável, ou transformadas em terras indígenas. Atualmente, mais de 20 milhões de hectares de florestas públicas não destinadas estão em risco de grilagem, com registros irregulares no Cadastro Ambiental Rural (CAR) sendo utilizados como posse de terra. Moutinho considera essa situação uma "bomba relógio de desmatamento futuro".

Se a grilagem continuar, o IPAM estima que cerca de 8 bilhões de toneladas de carbono poderão ser emitidas, o que equivale a um ano de emissões globais de gases do efeito estufa. Esse cenário representa um retrocesso significativo para o Brasil, que busca ser um modelo em preservação ambiental, além de impactar negativamente os esforços contra o aquecimento global.

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