31 de jan 2025
Mais de 8 mil cientistas renomados têm pelo menos uma retratação em suas carreiras
Estudo em PLOS Biology revela que mais de 8.000 cientistas renomados têm retractions. Quatro por cento dos cientistas mais citados em 2023 apresentaram retractions. Taxas de retractions variam por país, sendo mais altas na Índia e China. Retratações estão ligadas a maior número de auto citações e co autores. Análise usa dados da Retraction Watch e Scopus para mapear retractions científicas.
Foto: Reprodução
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Mais de 8 mil dos cientistas mais citados do mundo têm pelo menos uma retratação em suas publicações, segundo um banco de dados que relaciona retratações a artigos altamente citados. Uma análise desse banco, publicada na PLOS Biology em 30 de janeiro, busca mapear a magnitude das retratações e entender suas manifestações. John Ioannidis, epidemiologista da Universidade de Stanford, que liderou o estudo, afirma que “nem toda retratação é um sinal de má conduta”, mas ressalta a importância de ter uma visão ampla sobre os cientistas mais influentes.
Os artigos retratados apresentaram um número maior de autocitações em comparação aos não retratados. Além disso, aqueles com maior número de co-autores tiveram mais chances de serem retratados. Ioannidis e sua equipe utilizaram o banco de dados mais abrangente sobre retratações, compilado pela organização Retraction Watch, que contém mais de 55 mil retratações. Eles filtraram as retratações não atribuídas a erros dos autores e aquelas que não podiam ser vinculadas ao banco de dados de citações Scopus, resultando em quase 39,5 mil retratações para análise.
Os pesquisadores dividiram os cientistas mais citados em dois grupos: o primeiro com 217.097 autores entre os 2% mais citados em suas áreas ao longo da carreira e o segundo com 223.152 cientistas que se destacaram em 2023. O estudo revelou que 8.747 (4%) dos pesquisadores mais citados em 2023 tiveram pelo menos uma retratação, assim como 7.083 (3,3%) dos cientistas mais citados ao longo de suas carreiras. As taxas de retratação variaram conforme o país, sendo mais altas na Índia, na China e em Taiwan, enquanto Finlândia, Bélgica e Israel apresentaram as menores taxas.
De forma geral, um número elevado de publicações estava associado a mais retratações. Ioannidis observa que isso não é surpreendente, já que mais publicações significam mais oportunidades para que ocorram retratações.
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