05 de mar 2025
Citações de pesquisadores caem após acusações de assédio sexual, revela estudo
Estudo revela que cientistas acusados de assédio sexual têm menos citações. Citados por assédio sexual enfrentam queda nas citações após alegações públicas. Cientistas acusados de fraude mantêm suas citações inalteradas, surpreendendo pesquisadores. Mudanças nas atitudes sobre assédio na ciência refletem se nas práticas de citação. Pesquisas mostram que a maioria dos acadêmicos ainda prefere citar fraudadores.
Foto: Reprodução
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Pesquisadores acusados de misconducto sexual estão começando a receber menos citações após a cobertura midiática das alegações, segundo um estudo publicado na PLoS ONE. A análise, conduzida por Giulia Maimone, da Universidade da Califórnia, Los Angeles, focou em como as citações de cientistas nas áreas de STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) e ciências sociais foram afetadas após acusações de assédio sexual e fraude científica. A expectativa inicial era de que os cientistas acusados de fraude enfrentassem uma penalização maior, uma vez que isso questiona a validade de seu trabalho.
No entanto, os resultados mostraram que as citações de pesquisadores acusados de assédio sexual diminuíram após a divulgação das alegações, enquanto as citações de cientistas acusados de fraude permaneceram inalteradas. Maimone expressou surpresa com esses achados, que indicam uma possível mudança nas atitudes em relação ao assédio sexual na ciência. Anna Bull, socióloga da Universidade de York, destacou que os casos analisados refletem apenas as formas mais severas de misconducto sexual, já que muitas alegações não chegam à mídia devido a leis de difamação.
Elisabeth Bik, consultora de integridade na pesquisa, observou que, embora a aversão ao assédio sexual esteja se refletindo na comunidade científica, a falta de queda nas citações por misconducto científico é preocupante. Ela ressaltou que, em casos de fraude, muitas vezes não é claro quem é o responsável, o que pode levar a citações de trabalhos como exemplos de misconducto.
A pesquisa também incluiu uma sondagem com 240 pesquisadores e 231 não acadêmicos sobre suas atitudes em relação ao assédio sexual e à fraude científica. Os resultados mostraram que 90% dos não acadêmicos consideram o misconducto sexual mais repugnante do que a fraude científica. Apesar disso, 85% dos acadêmicos prefeririam citar um artigo de um assediador do que de um fraudador, sugerindo que os cientistas podem estar superestimando sua capacidade de avaliar a qualidade das descobertas científicas sem considerar quem as produziu.
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