06 de fev 2025
Cientistas de Gaza mantêm pesquisa viva em meio à guerra e incertezas
O cessar fogo de 42 dias, iniciado em 19 de janeiro, permite avaliações em Gaza. Cientistas destacam a urgência de reconstruir infraestrutura e serviços essenciais. A devastação resultou em 90% da população de Gaza sem abrigo e em crise humanitária. Apenas 4% da população tem acesso a água potável, uma queda drástica. A maioria dos hospitais está inoperante, agravando a situação de saúde da população.
Danos ao campus da Universidade Al-Aqsa em Khan Younis. (Foto: Doaa Rouqa/Reuters)
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O cessar-fogo de 42 dias entre Hamas e Israel, iniciado em 19 de janeiro, oferece uma oportunidade crucial para abordar os danos causados pela guerra de 15 meses, conforme afirmam cientistas em entrevista à Nature. Apesar da suspensão dos bombardeios, a incerteza sobre o futuro da região e de seus cidadãos persiste. Durante esse período, organizações internacionais podem avaliar as necessidades de água, alimentação, saúde e infraestrutura em Gaza. O neurocientista Khamis Elessi, da Universidade Islâmica de Gaza, destaca a importância de documentar a situação atual para guiar a recuperação e reconstrução.
Os pesquisadores, mesmo enfrentando desafios como deslocamento e escassez de recursos, conseguiram continuar seus estudos. Samer Abuzerr, especialista em doenças transmitidas pela água, enfatiza que a pesquisa é fundamental neste momento. A comunidade acadêmica palestina demonstra um compromisso notável com a educação, mesmo em condições adversas. Dados da ONU indicam que cerca de 90% da população de Gaza, que soma 2,2 milhões, está sem moradia, e a infraestrutura básica foi severamente comprometida.
A remoção de escombros é uma necessidade urgente, com a UN Environment Programme estimando 100 kg de detritos por metro quadrado na Faixa de Gaza. Além disso, 97% da água de Gaza provém de um aquífero que enfrenta alto risco de contaminação. A UNESCO relata que 15 das 21 instituições de ensino superior em Gaza foram severamente danificadas ou destruídas. Um representante das Forças de Defesa de Israel justificou os ataques a edifícios, alegando que Hamas utiliza estruturas civis para fins militares.
Antes do conflito, apenas 10% da população tinha acesso a água potável, número que caiu para 4%. A situação do saneamento é igualmente crítica, com apenas 30% da população conectada a redes de esgoto. A Organização Mundial da Saúde informa que cerca de metade dos hospitais em Gaza não estão funcionando, resultando em altas taxas de doenças como diarreia e hepatite viral. Elessi alerta para a urgência no tratamento de 350 mil pacientes com doenças crônicas, que não recebem acompanhamento há 16 meses.
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