07 de fev 2025
Dificuldades na entrega de ajuda humanitária em Gaza persistem após o cessar-fogo
O cessar fogo entre Israel e Hamas, iniciado em janeiro, permitiu retorno a Gaza. Apenas um milhão de palestinos recebe ajuda, enquanto a devastação ambiental aumenta. Nova lei israelense restringe a UNRWA, dificultando a distribuição de assistência. Deslocamentos massivos complicam a entrega de ajuda, com 565 mil retornando ao norte. A água potável é escassa, com 97% da água subterrânea imprópria para consumo.
Duas pessoas carregam caixas de ajuda humanitária distribuídas pela UNRWA em Jan Yunis (sul de Gaza), em 21 de janeiro. (Foto: DPA via Europa Press)
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A três semanas do início do cessar-fogo entre Hamas e Israel, a ajuda humanitária em Gaza ainda não chega na quantidade necessária para atender a população que sofreu intensamente nos últimos 15 meses. Com milhões de toneladas de escombros e infraestrutura devastada, muitos gazatíes, como Itemad Washah, de 53 anos, relatam não ter recebido assistência e não saber como acessar os suprimentos que chegam. De acordo com a ONU, 2,2 milhões de habitantes necessitam de ajuda, mas apenas um milhão recebeu alimentos desde o início da trégua, insuficientes para garantir a sobrevivência.
O fluxo de ajuda humanitária aumentou desde o dia 19 de janeiro, com cerca de 4.200 caminhões entrando semanalmente, um número similar ao que havia antes do conflito. No entanto, as dificuldades logísticas, como a destruição das estradas e a presença de explosivos não detonados, dificultam o transporte e o acesso aos pontos de distribuição. Muitos gazatíes não conseguem chegar a esses locais devido à falta de transporte, e a situação é agravada pelo retorno de 565.000 pessoas ao norte da Faixa, complicando ainda mais a entrega de suprimentos.
As organizações humanitárias enfrentam restrições de movimento impostas pelo exército israelense, o que limita o alcance da ajuda. Além disso, uma nova lei israelense, em vigor desde 30 de janeiro, proíbe a atuação da UNRWA em áreas ocupadas, complicando ainda mais a distribuição de assistência. A UNRWA, que fornece 50% da ajuda em Gaza, continua operando, mas sem garantias de que poderá manter suas atividades a longo prazo.
A situação ambiental em Gaza também é alarmante, com 80% das árvores perdidas e a contaminação dos aquíferos devido ao despejo de esgoto. O cientista Ahmed Hilles pede a criação de um comitê internacional para avaliar os danos e restaurar o meio ambiente. A crise hídrica se agrava, com 97% da água subterrânea não potável, e a população depende cada vez mais de fontes de água contaminadas. A reconstrução de Gaza é urgente, mas a continuidade dos conflitos e a fragilidade do cessar-fogo ameaçam a recuperação da região.
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