Dilemas da superpopulação de elefantes na Tailândia geram controvérsias e desafios sociais

A Tailândia enfrenta um dilema ambiental e social significativo devido ao crescimento acelerado da população de elefantes selvagens, que resulta em conflitos com humanos. O sucesso dos programas de conservação levou a uma superlotação das florestas, forçando os elefantes a invadirem áreas habitadas, causando danos materiais e, em casos extremos, mortes. Em resposta, o governo tailandês implementou um programa de controle de natalidade para elefantas, embora essa solução levante questões sobre seu impacto a longo prazo.

Desde 1986, os elefantes asiáticos são considerados ameaçados de extinção, mas os esforços de conservação na Tailândia resultaram em um crescimento populacional anual de 8%. Em 2023, foram registrados mais de 4.700 incidentes, incluindo a morte de 19 pessoas. O complexo da Floresta Oriental, que abriga cerca da metade dos 4.422 elefantes selvagens do país, tornou-se o epicentro do conflito, dificultando a coexistência pacífica entre humanos e animais.

O Departamento de Parques Nacionais da Tailândia (DNP) iniciou um programa de controle de natalidade, administrando o anticoncepcional SpayVac a cerca de 20 elefantas. Este medicamento, que promete interromper a reprodução por sete anos, será aplicado via dardos. No entanto, especialistas criticam a falta de estudos sobre os efeitos a longo prazo, incluindo possíveis alterações hormonais e comportamentais nos elefantes.

Além do controle de natalidade, o governo tailandês investe em patrulhas, redes de voluntários para resgatar elefantes, construção de barreiras físicas e modificação de práticas agrícolas. A recuperação de terras ao redor das florestas é uma alternativa complexa, envolvendo o reassentamento de comunidades e reconfiguração de indústrias. A Tailândia busca um equilíbrio entre a preservação da fauna e a segurança da população, enfrentando desafios na gestão ambiental.