06 de mar 2025
Cerca de 375 mil crianças sem aulas enfrentam violência em Kivu do Norte, na RDC
A violência do grupo rebelde M23 resultou no fechamento de mais de 2.500 escolas. Cerca de 795.000 crianças estão sem educação, vulneráveis a abusos e recrutamento. A ONU relatou um aumento alarmante de casos de violência sexual e recrutamento. Aproximadamente 4,6 milhões de pessoas estão deslocadas nas províncias de Kivu. A situação humanitária na RDC é crítica, com quase 26 milhões precisando de ajuda.
Voluntários da Cruz Vermelha e da Proteção Civil da República Democrática do Congo (RDC) enterram vítimas dos recentes combates em Goma (Foto: Alexis Huguet/AFP)
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Cerca de 375 mil crianças estão fora da escola e vulneráveis à violência na região de Kivu do Norte, na República Democrática do Congo (RDC), onde 17% das escolas estão fechadas devido ao aumento do conflito com o grupo rebelde M23, segundo a ONG Save the Children. Um relatório do Cluster de Educação da RDC revela que a frequência escolar caiu drasticamente desde janeiro, quando 1,3 milhão de alunos foram matriculados. Atualmente, 775 escolas estão fechadas, muitas servindo como abrigos para famílias deslocadas, em meio a uma crise humanitária que afeta mais de 4,6 milhões de pessoas na região.
As crianças fora da escola enfrentam riscos graves, como abusos sexuais e recrutamento por grupos armados. A ONU reportou 895 casos de estupro nas últimas duas semanas de fevereiro, com uma média de mais de 60 por dia. Além disso, os resíduos explosivos de guerra representam uma ameaça constante. O conflito na RDC é uma das maiores crises humanitárias do mundo, com quase 7 milhões de deslocados e mais de 26 milhões necessitando de assistência.
Julienne, uma adolescente de 15 anos, expressou sua frustração ao perder a oportunidade de estudar e sonhar em se tornar uma trabalhadora humanitária. O diretor da Save the Children na RDC, Greg Ramm, destacou que as consequências a longo prazo para o país são "terríveis", enfatizando a necessidade de garantir o acesso à educação e a proteção das crianças. Ele pediu apoio urgente da comunidade internacional para o setor educacional.
A situação se agrava com relatos de violência crescente, incluindo triplicação de casos de violência sexual e sequestros. O Hospital Geral de Referência de Virunga, apoiado pela UNICEF, está sobrecarregado com vítimas de violência, incluindo 45 crianças sobreviventes de abusos. A insegurança e a falta de serviços básicos, como água potável, agravam ainda mais a crise, com epidemias de cólera e mpox se espalhando entre os deslocados. A UNICEF faz um apelo para que todas as partes em conflito respeitem os direitos das crianças e garantam sua proteção.
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