MPRJ investiga abandono de patrimônio histórico deixado por Eufrásia Teixeira Leite

Eufrásia Teixeira Leite, herdeira de uma fortuna do ciclo do café, deixou um legado importante para Vassouras, incluindo colégios e um hospital. No entanto, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) investiga o estado crítico de conservação desses patrimônios, que estão desativados e deteriorados.

A Irmandade de Santa Casa de Misericórdia de Vassouras, responsável pela gestão dos bens, alega dificuldades financeiras. A promotora Renata Cossatis busca proteger o legado histórico e apurar a má gestão dos recursos. Os imóveis, que deveriam cumprir uma função social, apresentam problemas como umidade e infiltrações.

Eufrásia, que nasceu há 175 anos, foi uma das primeiras mulheres a investir na bolsa de valores. Sua fortuna, estimada em mais de R$ 1 bilhão, foi destinada à melhoria da educação e saúde na cidade. A historiadora Amal Abdulmalek destacou a importância do legado deixado por Eufrásia para as futuras gerações.

Os colégios e o hospital, construídos em terras que pertenciam a Eufrásia, estão em estado de abandono. O antigo colégio está vazio, e o hospital, considerado moderno na época, está tomado pelo mato. O vigilante Samuel Reis expressou sua tristeza ao ver a situação do hospital, onde nasceu.

O inquérito civil do MPRJ visa responsabilizar os gestores e garantir a preservação do patrimônio. A promotora Cossatis pretende provocar o tombamento dos bens e acompanhar a aplicação do dinheiro deixado por Eufrásia. O testamento da empresária já previa a fiscalização do uso de seus recursos.

A Irmandade de Santa Casa de Misericórdia afirmou que enfrenta dificuldades financeiras e busca parcerias. A Prefeitura de Vassouras não se manifestou sobre o abandono do patrimônio histórico. A situação levanta preocupações sobre a preservação da identidade cultural da cidade e o cumprimento do desejo de Eufrásia.