Justiça impede fiscal suspeito de corrupção de R$ 12 milhões de se comunicar com colegas
Afastamento de auditor fiscal ocorre após investigações sobre propinas de R$ 12 milhões da Hypermarcas; defesa contesta falta de provas

Segundo a investigação, teriam sido pagos R$ 6 milhões a Guilherme Rodrigues Silva, entre novembro de 2012 e junho de 2014; na segunda vez, entre meados de junho de 2014, mais R$ 6 milhões 'a título de propina' (Foto: Reprodução)
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Guilherme Rodrigues Silva, auditor fiscal com 27 anos de carreira, está sendo investigado por supostas propinas recebidas da Hypermarcas, totalizando R$ 12 milhões entre 2012 e 2014. A juíza Isaura Cristina Barreira confirmou seu afastamento e a proibição de contato com outros agentes fiscais da Secretaria da Fazenda de São Paulo.
A decisão da juíza segue o entendimento do juiz da 2.ª Vara de Crimes Tributários, que considerou essencial a diminuição das liberdades do acusado para evitar a continuidade delitiva. A defesa de Guilherme, representada pelos advogados Rubens de Oliveira e Rodrigo Carneiro Maia, contesta a investigação, alegando falta de provas e afirmando que a apuração se arrasta desde 2021 sem denúncia formal.
A investigação, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão aos Delitos Econômicos (Gedec), foi impulsionada por delações de cinco ex-executivos da Hypermarcas. Os promotores apontam que Guilherme teria recebido propinas em duas ocasiões distintas, com pagamentos realizados em parcelas mensais de R$ 300 mil. A Hypermarcas é acusada de corrupção ativa para isentar a empresa de autuações tributárias.
A defesa de Guilherme argumenta que as investigações anteriores sobre os mesmos fatos foram arquivadas por falta de indícios de crime. Eles ressaltam que não foram encontradas movimentações financeiras suspeitas durante as quebras de sigilo bancário e fiscal do auditor. A Secretaria da Fazenda informou que ele já enfrenta um processo administrativo disciplinar, que pode resultar em demissão.
A juíza destacou que, apesar de Guilherme ter um papel menor na organização criminosa, sua influência sobre outros agentes públicos não pode ser ignorada. A defesa, por sua vez, considera a medida de afastamento desproporcional e abusiva, questionando a continuidade das investigações sem evidências concretas.
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