Filho de Bolsonaro entrega dossiê à Casa Branca em busca de apoio internacional

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) inicia uma série de reuniões em Washington D.C. nesta quarta-feira, onde apresentará um dossiê sobre a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O objetivo é demonstrar que, apesar de não ter impedido a prisão domiciliar de seu pai, a sanção americana teve impactos significativos no STF e no Congresso.

Eduardo, acompanhado do ex-apresentador Paulo Figueiredo, argumentará que as sanções tensionaram os bastidores da Corte e fortaleceram a oposição, que recentemente pressionou pela inclusão da anistia bolsonarista na pauta legislativa. O dossiê também destacará que Moraes não consultou outros ministros do STF antes de tomar decisões controversas, sugerindo que ele agiu sem apoio de seus pares.

Tensão no STF

O relatório bolsonarista buscará convencer os EUA de que as chances de aprovação da anistia aumentaram após as sanções. Embora os presidentes da Câmara e do Senado ainda resistam à pauta, um acordo prévio prevê a votação de um projeto que pode anistiar os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro e acabar com o foro privilegiado para parlamentares.

Eduardo também apresentará dados de pesquisas que indicam uma divisão na sociedade sobre as sanções a Moraes, com 42,6% a favor e 43,5% contra. Além disso, o dossiê incluirá informações sobre o apoio de 41 senadores ao impeachment de Moraes, embora o número ainda esteja abaixo dos 54 votos necessários para sua destituição.

Cenário Político

A apresentação do dossiê ocorre em um momento de diálogo limitado entre Brasília e Washington, após o cancelamento de uma reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário do Tesouro dos EUA. Eduardo Bolsonaro, como principal articulador da narrativa bolsonarista nos EUA, busca reforçar a ideia de que a pressão internacional pode isolar Moraes e favorecer a agenda bolsonarista no Congresso.