Políticos jovens apoiam PEC que reduz idade mínima para Senado e Presidência

O debate sobre a redução da idade mínima para concorrer à Presidência da República e ao Senado ganhou destaque durante o recesso legislativo, com a apresentação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) na Câmara dos Deputados. A proposta, de autoria do deputado Eros Biondini (PL-MG), sugere que a idade mínima para esses cargos seja reduzida de 35 para 30 anos. Além disso, a PEC propõe que candidatos a governos estaduais possam se lançar a partir dos 28 anos e que aqueles com 20 anos possam concorrer a cargos de deputado federal, estadual e distrital.

Atualmente, a proposta conta com 71 assinaturas, sendo 56 delas de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Para avançar, a PEC precisa de mais cem assinaturas. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que completará 30 anos em maio de 2025, é um dos principais apoiadores da medida e já manifestou interesse em concorrer ao Senado, caso a proposta seja aprovada. Ele afirmou que o Senado é um "ponto de equilíbrio" em sua luta contra o STF.

A PEC também é vista como uma oportunidade para o prefeito do Recife, João Campos (PSB), que tem 32 anos e se posiciona para a corrida ao governo de Pernambuco em 2026. O deputado André Fernandes (PL), prestes a completar 28 anos, também se beneficiaria, podendo concorrer ao governo do Ceará. A proposta é apoiada por outros jovens políticos, como Kim Kataguiri (União Brasil-SP), que completará 30 anos em janeiro.

Biondini destaca que a PEC atende a interesses diversos e cita sua filha, Chiara Biondini (PP), como inspiração, já que ela tomou posse como deputada estadual aos 21 anos. Ele argumenta que a mudança beneficiaria "milhões de pessoas" de diferentes linhas ideológicas. A exigência de 35 anos para a Presidência não é exclusiva do Brasil, sendo adotada também nos EUA e México, enquanto a Alemanha exige 40 anos para a chancelaria e a França permite candidaturas a partir dos 18 anos para a presidência, mas exige 24 anos para o Senado.