CPI das Bets enfrenta desfecho decepcionante após investigar ilegalidades

Na quarta-feira, 21 de maio de 2025, a CPI das Bets ouviu o padre Patrick Fernandes, influenciador digital com quase 7 milhões de seguidores no Instagram. Ele se apresentou como uma voz contra os problemas das apostas online, mas sua participação foi marcada por um clima de espetáculo, ofuscada por um desentendimento entre a relatora, Soraya Thronicke (Podemos-MS), e Eduardo Girão (Novo-CE). A sessão foi encerrada pelo presidente, Dr. Hiran (PP-RR), em meio a um ambiente tumultuado.

A CPI, criada em novembro de 2024 para investigar irregularidades nas apostas online, enfrenta críticas sobre sua eficácia. Após seis meses de trabalho e 445 requerimentos, a comissão parece ter perdido o foco. Recentemente, influenciadores como Virginia Fonseca e Rico Melquiades foram convocados, desviando a atenção do objetivo original da CPI. Fonseca, com 53 milhões de seguidores, foi recebida como uma estrela, enquanto Melquiades ensinou os senadores a apostar em jogos populares.

A presença de celebridades nas audiências gerou polêmica. O presidente da comissão defendeu que a participação dos influenciadores ajuda a chamar atenção para a importância do trabalho da CPI. No entanto, a relatora afirmou que o relatório final abordará temas como lavagem de dinheiro e manipulação de algoritmos, sem esclarecer quais evidências sustentariam as conclusões.

A CPI das Bets, que deveria focar na regulamentação do setor, se tornou um palco de disputas e eventos midiáticos. A falta de um direcionamento claro decepciona aqueles que esperam uma abordagem séria para um tema tão relevante. Com 118 empresas autorizadas a operar, muitos sites ilegais continuam ativos, evidenciando a necessidade de uma regulação efetiva. A comissão, ao invés de contribuir para a solução, parece estar se perdendo em um espetáculo que não atende às demandas da sociedade.