Norma ISO 37010 vai auxiliar empresas na luta contra a escravidão moderna

A futura norma ISO 37010, que visa a prevenção e resposta ao risco de escravidão moderna em cadeias produtivas, foi apresentada pelo professor Alexander Trautrims, da Universidade de Nottingham, durante um evento da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Estima-se que mais de 50 milhões de pessoas estejam atualmente em condições de escravidão contemporânea, que incluem trabalho forçado e tráfico de pessoas. A norma, em fase avançada de elaboração, fornecerá diretrizes práticas para que as empresas identifiquem riscos, implementem mecanismos de prevenção e estabeleçam políticas de remediação.

A ISO 37010 está sendo desenvolvida pela Organização Internacional de Normalização (ISO), que reúne especialistas de mais de 160 países para criar padrões internacionais em diversas áreas. Mário Esper, presidente da ABNT, destacou que a norma proporcionará um caminho estruturado para as organizações atuarem com ética e respeito aos direitos humanos, respondendo à crescente pressão global por integridade e compromisso social nas cadeias produtivas.

Trautrims ressaltou que o Brasil é uma referência no combate ao trabalho análogo à escravidão, devido à atuação eficaz de auditores fiscais e ao conceito jurídico avançado do país. A norma também abordará a importância da escuta ativa das comunidades vulneráveis, a criação de mecanismos de denúncia confiáveis e a integração do tema à governança corporativa.

A expectativa é que a ISO 37010 seja publicada até 2026, oferecendo um suporte essencial para as empresas que buscam alinhar suas práticas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. A norma representa um passo significativo na luta contra a escravidão moderna, promovendo a ética e a responsabilidade social nas operações empresariais.