Governo anuncia lançamento do Plano Nacional de Ferrovias com investimento de R$ 100 bilhões

O Plano Nacional de Ferrovias está prestes a ser lançado, com a concessão de cinco grandes projetos de estradas de ferro à iniciativa privada, totalizando quase cinco mil quilômetros de novas ferrovias e um investimento estimado em R$ 100 bilhões. A União financiará parte dos custos para assegurar a viabilidade econômica dos projetos. O plano foi apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, que indicou que o lançamento ocorrerá em fevereiro.

Entre os projetos destacados, o Corredor Leste-Oeste se estenderá por cerca de 2.400 quilômetros, unindo a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico). A Ferrovia Norte-Sul será prolongada em 477 quilômetros até o porto de Vila do Conde (PA), oferecendo uma alternativa logística para o transporte de grãos. O Anel Ferroviário do Sudeste, com aproximadamente 300 quilômetros, conectará Vitória (ES) a Itaboraí (RJ), integrando diferentes malhas ferroviárias.

A Transnordestina, que estava parada desde 2010, agora tem previsão de entrega para 2026 ou 2027, enquanto o projeto Ferrogrão, com 933 quilômetros entre Sinop (MT) e Itaituba (PA), enfrenta desafios ambientais e de engenharia, dependendo de uma decisão do Supremo Tribunal Federal. O governo planeja cobrir de 20% a 30% dos investimentos, considerando que as ferrovias são tradicionalmente caras e não geram receitas até que parte dos trilhos esteja em operação.

Para garantir a viabilidade financeira, o governo conta com recursos provenientes da repactuação de concessões no setor ferroviário. A gestão atual já renegociou contratos com empresas como Rumo e MRS Logística, além de um acordo com a Vale, que se comprometeu a investir até R$ 17 bilhões na extensão das concessões da Estrada de Ferro Carajás e da Estrada de Ferro Vitória-Minas.