Política

Assembleia Legislativa de Mato Grosso aprova projeto que ameaça 9,6 milhões de hectares da Amazônia

Deputados de Mato Grosso aprovaram lei que reclassifica 9,6 milhões de hectares. Mudança permite que propriedades preservem apenas 35% da área, em vez de 80%. Governador Mauro Mendes deve vetar, mas veto pode ser derrubado pela bancada. Desmatamento em Mato Grosso caiu, mas ainda atingiu 1.271 km² em 2023. Manobra legislativa revela influência política na degradação da Amazônia.

Área desmatada perto de Sinop, em Mato Grosso (Foto: Florian PLAUCHEUR / AFP)

Área desmatada perto de Sinop, em Mato Grosso (Foto: Florian PLAUCHEUR / AFP)

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Recentemente, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso aprovou um Projeto de Lei que pode comprometer a proteção de 9,6 milhões de hectares da Amazônia Legal, representando quase 10% do estado. A proposta altera a classificação de áreas, retirando-as da categoria de Amazônia e inserindo-as no bioma do Cerrado. Essa mudança reduz a exigência de reserva legal de 80% para apenas 35%, facilitando o desmatamento.

A tramitação do projeto começou com uma proposta técnica do governo estadual para aprimorar o mapeamento ambiental, utilizando uma escala mais precisa do IBGE. No entanto, a discussão no plenário levou à requalificação da vegetação nativa, culminando na apresentação de um substitutivo pelo deputado Nininho (PSD), que foi aprovado com 15 votos favoráveis e 8 contrários. A Secretaria Estadual de Meio Ambiente, por meio de nota, destacou que a proposta original não se relaciona com o texto aprovado e manifestou apoio ao veto do governador Mauro Mendes (União).

Apesar da redução do desmatamento em Mato Grosso, que atingiu o menor nível desde 2013, com 1.271 km² desmatados, o estado ainda é um dos maiores responsáveis por focos de incêndio na Amazônia. Em 2023, Mato Grosso registrou 50.551 focos, representando 18,2% do total no Brasil, apenas atrás do Pará. Essa situação evidencia a influência de decisões legislativas locais na degradação ambiental.

O governador agora enfrenta o desafio de vetar o projeto e garantir que sua decisão seja mantida, já que a bancada favorável ao desmatamento na Assembleia demonstra resistência. A manobra legislativa evidencia a importância de ações políticas em nível estadual para a proteção da Amazônia e a necessidade de vigilância contínua sobre as decisões que afetam o meio ambiente.

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