Trump suspende verbas federais e gera caos na comunidade científica dos EUA

A administração do presidente Trump gerou grande alvoroço ao suspender, em 27 de janeiro, todos os subsídios e empréstimos federais. Um juiz federal em Washington, D.C., bloqueou temporariamente a ordem, mas muitas universidades dos EUA já orientaram seus professores a não utilizarem recursos de subvenções federais para viagens e novos projetos de pesquisa. Um memorando subsequente da administração tentou esclarecer o que está coberto pela suspensão, mas não trouxe informações específicas sobre o financiamento científico, deixando os pesquisadores ainda mais confusos.

John Holdren, ex-assessor científico do presidente Barack Obama, alertou que a interrupção pode ter consequências incalculáveis. A ordem é apenas a mais recente de uma série de diretrizes da Casa Branca que têm causado caos na comunidade científica dos EUA, incluindo a instrução ao CDC para interromper a comunicação com a Organização Mundial da Saúde e a remoção de conteúdos sobre diversidade de sites federais. Além disso, agências como o NIH e a NSF suspenderam reuniões de avaliação de subsídios.

Cientistas se mobilizaram rapidamente, organizando um protesto na Casa Branca e incentivando ligações para representantes eleitos em busca de apoio para reverter a suspensão. Carole LaBonne, bióloga do desenvolvimento, expressou preocupação com os efeitos a longo prazo das ações da administração, afirmando que "destruir o maior ecossistema científico do mundo será muito mais fácil do que reconstruí-lo".

O memorando da OMB detalhou que a pausa se aplica a todas as atividades relacionadas à distribuição de assistência financeira federal, destacando gastos com ajuda externa, organizações não governamentais e programas de diversidade. Especialistas em direito administrativo contestaram a legalidade da ordem, afirmando que apenas o Congresso tem o poder de aprovar fundos. A falta de clareza sobre quais partes dos US$ 200 bilhões anuais em pesquisa e desenvolvimento seriam afetadas levou muitas universidades a congelar seus próprios financiamentos. A Universidade de Chicago já informou seus professores sobre a necessidade de suspender gastos com subsídios federais.