03 de fev 2025
Professores de Niterói anunciam greve contra precarização das condições de ensino
Professores da rede municipal aprovaram greve a partir de 10 de fevereiro. "Pacote de maldades" inclui fim da bidocência e superlotação nas turmas. Mudanças na Educação de Jovens e Adultos (EJA) desvalorizam ensino para adultos. Críticas apontam que medidas mascaram falta de vagas nas escolas públicas. Secretaria de Educação defende adequações às diretrizes do Conselho Nacional de Educação.
Fachada da prefeitura: professores decidem entrar em greve contra o que chamam de “Pacote de maldades” (Foto: Lucas Tavares/19-4-2023)
Ouvir a notícia:
Professores de Niterói anunciam greve contra precarização das condições de ensino
Ouvir a notícia
Professores de Niterói anunciam greve contra precarização das condições de ensino - Professores de Niterói anunciam greve contra precarização das condições de ensino
Professores da rede municipal decidiram entrar em greve a partir de 10 de fevereiro em resposta a um conjunto de medidas que consideram prejudiciais à educação infantil e à Educação de Jovens e Adultos (EJA). O movimento, denominado “Pacote de maldades”, foi aprovado em assembleia virtual no dia 28 de janeiro e inclui críticas ao fim da bidocência, que assegura duas professoras por turma na educação infantil, e ao aumento do número de alunos nas turmas de 1 e 2 anos.
O professor Diogo de Oliveira, diretor do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Estado do Rio de Janeiro (Sepe), destacou que as mudanças podem comprometer a qualidade do ensino e as condições de trabalho. Ele afirmou que a extinção da bidocência nas turmas de 4 e 5 anos resultará em precarização e redistribuição forçada de professores, o que afetará diretamente o cuidado e a educação das crianças. Além disso, o aumento da superlotação nas turmas de 1 e 2 anos pode prejudicar o desenvolvimento infantil e a capacidade dos educadores de oferecer um atendimento adequado.
Os docentes também criticam as alterações na EJA, que incluem a substituição de professores efetivos por duplas regências sem lotação fixa. Uma professora que preferiu não se identificar expressou sua indignação com a falta de planejamento do governo, que anunciou mudanças abruptas que impactam a vida dos educadores. O vereador Professor Tulio (PSOL) se manifestou contra as medidas, afirmando que elas apenas disfarçam a falta de vagas nas escolas e prometeu protocolar uma representação ao Ministério Público para investigar a situação.
Em resposta, a Secretaria de Educação afirmou que está adequando a educação infantil às diretrizes do Conselho Nacional de Educação (CNE), estabelecendo um professor por turma de 4 e 5 anos e um articulador para cada três turmas. A secretaria também mencionou que o limite de alunos nas turmas de 2 anos foi fixado em 20 crianças, abaixo do máximo permitido pelo CNE. Quanto à EJA, a secretaria reiterou que a lotação de professores é feita conforme a demanda de cada turno e que mantém um diálogo aberto com os profissionais da educação.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.