05 de fev 2025
Senador Jaime Bagattoli é acusado de comprar gado de desmatadores na Amazônia
Jaime Maximino Bagattoli, senador por Rondônia, é empresário do agronegócio. Investigação aponta que sua fazenda Alvorada está ligada ao desmatamento ilegal. Bagattoli propôs projeto de lei que reduz proteção ambiental na Amazônia. Minerva Foods e JBS são principais compradores de gado da fazenda Alvorada. Projeto de lei pode resultar na perda de 8,5 milhões de hectares de vegetação.
Foto: Reprodução
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Jaime Maximino Bagattoli, senador pelo Partido Liberal (PL) de Rondônia, foi eleito em 2022 com 289.553 votos. Empresário do agronegócio, ele recebeu R$ 25,8 milhões da Minerva Foods em 2023, por fornecimento de gado. Contudo, parte desse gado é originário de áreas desmatadas na Amazônia, conforme investigações do Centro para Análise de Crimes Climáticos (CCCA). Bagattoli figura entre os 11 maiores beneficiários de um Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) da Minerva.
A fazenda Alvorada, de sua propriedade, atua como centro de recebimento de gado, enviando quase seis mil animais para a Minerva entre 2019 e 2022. Em entrevista, Bagattoli defendeu sua operação, afirmando que não exclui fornecedores por desmatamento, e criticou a fiscalização, alegando que muitos produtores enfrentam problemas de regularização fundiária. Ele também é dono de várias empresas no setor, consolidando seu controle sobre a cadeia produtiva de carne.
Além de fornecer à Minerva, a Alvorada abasteceu a JBS com 40 mil animais entre 2018 e 2022. A Minerva, que levantou R$ 2 bilhões no mercado de capitais, não identificou passivos ambientais em sua investigação, mas planeja implementar um programa de monitoramento de fornecedores apenas em 2030. A análise do CCCA revelou que a Alvorada recebe gado de fazendas com registros de desmatamento ilegal.
Bagattoli, que se destacou como "rei do confinamento de gado", propõe uma redução da Reserva Legal no Código Florestal, de 80% para 50% em áreas específicas da Amazônia. Essa proposta, segundo especialistas, poderia resultar na perda de 8,5 milhões de hectares de vegetação nativa, aumentando os danos socioambientais e comprometendo a biodiversidade da região.
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