07 de fev 2025
Brasil ajusta estratégia para a COP30 diante da pressão de Trump e busca alianças no Sul global
O governo Lula ajusta estratégia para a COP30, focando em países emergentes. Parcerias com a China visam contrabalançar resistência dos EUA nas negociações. A cúpula em Belém busca compromissos concretos para mitigar mudanças climáticas. Lula planeja maximizar sua presença em eventos internacionais para apoio. A União Europeia também é vista como aliada essencial na agenda climática.
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo)
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A estratégia do governo brasileiro para a COP30, marcada para novembro em Belém, foi ajustada em resposta à expectativa de que a administração de Donald Trump busque desestabilizar a cúpula climática. O Palácio do Planalto, sob a liderança de Luiz Inácio Lula da Silva, planeja intensificar parcerias com países emergentes, especialmente a China, para formar uma coalizão que pressione por compromissos claros, como o pagamento de ajuda a nações em desenvolvimento e a redução de emissões. O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, destacou que a situação atual pode criar "oportunidades" para o Sul global, que poderá ter mais voz nas discussões climáticas.
Embora a diplomacia brasileira não contemple a ausência dos EUA na COP30, a expectativa é que representantes de escalões inferiores compareçam, o que pode dificultar a negociação de um acordo robusto. A falta de autoridade dos negociadores pode levar a um texto final simplificado, comprometendo os resultados esperados. A postura americana será observada em uma reunião do G20, onde o engajamento dos EUA poderá indicar sua posição em fóruns multilaterais.
O governo brasileiro se prepara para atuar em três frentes: fortalecer alianças com o Sul global, conectar-se com o setor produtivo americano e adotar uma postura pragmática nas negociações. A Cúpula dos Brics, que ocorrerá em julho no Rio, terá como tema central as mudanças climáticas, buscando apoio para a COP30. Especialistas, como Carlos Nobre, enfatizam a necessidade de um compromisso ambicioso, especialmente com a eleição de um presidente negacionista nos EUA, o que pode exigir que países como a China assumam um papel de liderança.
A estratégia do Planalto inclui maximizar a visibilidade internacional de Lula, com participações em eventos climáticos e reuniões com líderes globais. O foco será em construir uma agenda de ação concreta, em vez de meras promessas. O discurso de Lula na Assembleia Geral da ONU, previsto para setembro, será uma oportunidade para avançar nas negociações e reforçar a importância da cooperação global no combate às mudanças climáticas.
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