Brasileiro resgatado do tráfico humano na Ásia compartilha mensagem de esperança

O brasileiro Phelipe de Moura Ferreira, de 26 anos, e Luckas Viana dos Santos, de 31 anos, foram resgatados após mais de três meses sendo mantidos reféns por uma máfia de golpes cibernéticos em Mianmar. Eles conseguiram escapar no último domingo (9) com a ajuda da ONG internacional The Exodus Road. Ambos haviam aceitado propostas de emprego falsas e foram forçados a aplicar golpes em um local conhecido como "fábrica de golpes online".

A fuga foi planejada em segredo, permitindo que os reféns avisassem suas famílias e ativistas sem serem detectados. Após a fuga, Phelipe e Luckas foram detidos por agentes do DKBA (Exército Democrático Karen Budista) e levados a um centro de detenção em Mae Sot, na Tailândia. Eles aguardam a repatriação pela embaixada brasileira, que está em contato com as autoridades locais para facilitar o processo.

As famílias dos brasileiros relataram a falta de apoio inicial do Ministério das Relações Exteriores. A mãe de Luckas, Cleide Viana, e o pai de Phelipe, Antônio Ferreira, buscaram ajuda nas redes sociais e foram assistidos pela ONG, que se mobilizou para resgatar os dois. A ONG confirmou que 371 vítimas de tráfico de pessoas foram libertadas, incluindo os brasileiros, e que a documentação necessária para a repatriação já está sendo processada.

Na quinta-feira (13), Antônio Ferreira fez uma videochamada com Phelipe e viu as marcas de agressões que ele sofreu. A embaixada brasileira informou que a retirada dos dois da base militar em Mae Sot está agendada para sábado (15). O Itamaraty expressou satisfação pela liberação e destacou a prioridade em proteger brasileiros vítimas de tráfico no exterior, além de alertar sobre os riscos de ofertas de emprego na região.