18 de fev 2025
Governo debate futuro de Angra 3; decisão do CNPE é adiada novamente
O CNPE adiou novamente a decisão sobre Angra 3, evidenciando incertezas. Divergências internas no governo Lula sobre a viabilidade da usina persistem. Estudo do BNDES aponta que concluir Angra 3 custaria R$ 23 bilhões adicionais. Eletrobras busca acordo, mas impasse sobre participação e investimentos continua. Custo de manutenção da obra parada supera R$ 1 bilhão por ano, segundo Eletronuclear.
Foto: Reprodução
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A discussão sobre a conclusão da usina nuclear de Angra 3, que se arrasta por mais de 40 anos, gerou divergências no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A equipe econômica defende o abandono do projeto, citando a falta de recursos e a necessidade de priorizar o orçamento da União. O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que deveria decidir sobre a viabilidade financeira da obra, adiou a reunião mais uma vez, com a presença do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, como um dos motivos.
Um estudo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estima que a finalização da usina exigiria R$ 23 bilhões adicionais, além dos R$ 12 bilhões já investidos. A Eletronuclear, responsável pela obra, prevê que seriam necessários mais cinco anos para concluir as obras, incluindo prazos de licitação. Por outro lado, o custo de abandonar o projeto é estimado em R$ 21 bilhões, considerando rescisões de contratos e penalidades.
O presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo Leite, defende a conclusão da usina, argumentando que o custo de geração de energia, estimado em R$ 653 por megawatt-hora, é competitivo em relação a outras fontes. Ele ressalta que a usina nuclear é uma alternativa sustentável e contínua, ao contrário de usinas eólicas e solares. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, também apoia a finalização, referindo-se à obra como um "mausoléu".
As tensões entre o governo e a Eletrobras complicam ainda mais a situação. A União questiona sua influência nas votações do conselho da Eletrobras após a privatização em 2022, e a empresa propôs abrir mão de sua participação acionária na Eletronuclear em troca de uma solução para o impasse. O deputado Julio Lopes acredita que a reunião do CNPE será novamente adiada, enquanto a falta de um aumento na participação do governo no conselho da Eletrobras perpetua a incerteza sobre o futuro de Angra 3.
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