Política

Governo de São Paulo planeja remover 600 famílias do centro para nova sede até 2026

O governo de São Paulo planeja desapropriar 600 famílias no Campos Elíseos. Obras da nova sede administrativa devem iniciar entre 2026 e 2027. Moradores criticam falta de diálogo e problemas no cadastramento para reassentamento. Desapropriações serão feitas por acordo ou judicialmente, conforme a situação. Pesquisadora alerta para histórico de falhas em atendimentos habitacionais.

Nova sede do governo será no bairro dos Campos Elísios (Foto: Divulgação)

Nova sede do governo será no bairro dos Campos Elísios (Foto: Divulgação)

Ouvir a notícia

Governo de São Paulo planeja remover 600 famílias do centro para nova sede até 2026 - Governo de São Paulo planeja remover 600 famílias do centro para nova sede até 2026

0:000:00

O governo de São Paulo planeja desapropriar 600 famílias até o final de 2026 para a construção de sua nova sede administrativa no centro da capital. O secretário de Projetos Estratégicos, Guilherme Afif Domingos, informou que a intervenção abrangerá cinco quarteirões do bairro Campos Elíseos, visando a criação de uma esplanada com novos prédios. A mudança, segundo Afif, busca reduzir custos com a manutenção de prédios antigos e dispersos, além de revitalizar a área central, que foi abandonada ao longo do tempo.

As obras da nova sede, com custo estimado em R$ 5 bilhões, devem iniciar entre 2026 e 2027, após um leilão previsto para julho ou agosto de 2024. A desapropriação será realizada pela concessionária vencedora do leilão, que também será responsável pela realocação das famílias, preferencialmente para áreas próximas. A expectativa é que as obras sejam concluídas até 2030. Moradores e comerciantes da região expressaram preocupação, afirmando que foram informados sobre as desapropriações apenas pela imprensa.

O processo de remoção será dividido em dois grupos: famílias de baixa renda, que residem em Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS), e famílias de classe média, que receberão um tratamento especial. A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) está encarregada de auxiliar as famílias de baixa renda, mas denúncias apontam falhas no cadastramento e falta de diálogo. A pesquisadora Débora Ungaretti destacou que muitas famílias não foram cadastradas e que a moradia oferecida pelo governo frequentemente exige um endividamento que elas não conseguem arcar.

Além disso, Ungaretti alertou para a repressão a formas populares de moradia que já ocorre na região, com fiscalizações intensas desde 2022. O governo afirma que as remoções começarão em 2026, mas a pesquisadora questiona a permanência dos moradores até lá, dado o contexto de repressão. O plano de reassentamento, segundo ela, não atende adequadamente às necessidades habitacionais dos afetados, e o diálogo com as famílias tem sido limitado, ignorando suas reais necessidades e condições.

Meu Tela
Descubra mais com asperguntas relacionadas
crie uma conta e explore as notícias de forma gratuita.acessar o meu tela

Perguntas Relacionadas

Participe da comunidadecomentando
Faça o login e comente as notícias de forma totalmente gratuita
No Portal Tela, você pode conferir comentários e opiniões de outros membros da comunidade.acessar o meu tela

Comentários

Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.

Meu Tela

Priorize os conteúdos mais relevantes para você

Experimente o Meu Tela

Crie sua conta e desbloqueie uma experiência personalizada.


No Meu Tela, o conteúdo é definido de acordo com o que é mais relevante para você.

Acessar o Meu Tela