21 de fev 2025
Governo de São Paulo planeja remover 600 famílias do centro para nova sede até 2026
O governo de São Paulo planeja desapropriar 600 famílias no Campos Elíseos. Obras da nova sede administrativa devem iniciar entre 2026 e 2027. Moradores criticam falta de diálogo e problemas no cadastramento para reassentamento. Desapropriações serão feitas por acordo ou judicialmente, conforme a situação. Pesquisadora alerta para histórico de falhas em atendimentos habitacionais.
Nova sede do governo será no bairro dos Campos Elísios (Foto: Divulgação)
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O governo de São Paulo planeja desapropriar 600 famílias até o final de 2026 para a construção de sua nova sede administrativa no centro da capital. O secretário de Projetos Estratégicos, Guilherme Afif Domingos, informou que a intervenção abrangerá cinco quarteirões do bairro Campos Elíseos, visando a criação de uma esplanada com novos prédios. A mudança, segundo Afif, busca reduzir custos com a manutenção de prédios antigos e dispersos, além de revitalizar a área central, que foi abandonada ao longo do tempo.
As obras da nova sede, com custo estimado em R$ 5 bilhões, devem iniciar entre 2026 e 2027, após um leilão previsto para julho ou agosto de 2024. A desapropriação será realizada pela concessionária vencedora do leilão, que também será responsável pela realocação das famílias, preferencialmente para áreas próximas. A expectativa é que as obras sejam concluídas até 2030. Moradores e comerciantes da região expressaram preocupação, afirmando que foram informados sobre as desapropriações apenas pela imprensa.
O processo de remoção será dividido em dois grupos: famílias de baixa renda, que residem em Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS), e famílias de classe média, que receberão um tratamento especial. A Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) está encarregada de auxiliar as famílias de baixa renda, mas denúncias apontam falhas no cadastramento e falta de diálogo. A pesquisadora Débora Ungaretti destacou que muitas famílias não foram cadastradas e que a moradia oferecida pelo governo frequentemente exige um endividamento que elas não conseguem arcar.
Além disso, Ungaretti alertou para a repressão a formas populares de moradia que já ocorre na região, com fiscalizações intensas desde 2022. O governo afirma que as remoções começarão em 2026, mas a pesquisadora questiona a permanência dos moradores até lá, dado o contexto de repressão. O plano de reassentamento, segundo ela, não atende adequadamente às necessidades habitacionais dos afetados, e o diálogo com as famílias tem sido limitado, ignorando suas reais necessidades e condições.
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