Política

Trump desafia soberania panamenha ao reivindicar controle do Canal do Panamá em crise

O Canal do Panamá enfrenta crises devido a secas intensificadas, afetando operações. Proposta de represa no Río Indio custará $1,6 bilhão e deslocará 2.300 pessoas. Presidente Donald Trump ameaça retomar controle do canal, gerando tensões. Autoridades panamenhas defendem soberania, afirmando que o canal é parte da identidade nacional. Especialistas alertam que a solução para o canal requer mais que apenas novos projetos.

(Foto: Federico Rios/The New York Times/Redux)

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O Canal do Panamá é uma obra-prima da engenharia, com 80 quilômetros de extensão, conectando os oceanos Atlântico e Pacífico. Contudo, enfrenta uma crise devido a secas mais frequentes e intensas, levando autoridades a considerar a construção de uma represa no Río Indio, o que resultaria na inundação de comunidades e deslocamento de cerca de 2.300 pessoas. O presidente dos EUA, Donald Trump, tem pressionado por um controle maior sobre o canal, alegando taxas exorbitantes e insinuando a possibilidade de uso da força militar, o que gerou forte resistência do governo panamenho.

Desde que os EUA construíram o canal entre 1904 e 1914, seus interesses na região têm sido significativos. O canal, que atualmente representa mais de 3% do comércio global, utiliza um sistema complexo de eclusas que eleva os navios a 26 metros acima do nível do mar. A água necessária para essa operação provém do Lago Gatún, que também é crucial para o abastecimento de água potável de mais da metade da população panamenha. No entanto, a dependência de chuvas torna o lago vulnerável a secas, especialmente em anos de El Niño, que já causaram quedas drásticas nos níveis de água.

Em resposta à crescente demanda por comércio global, o canal passou por uma expansão significativa em 2016, mas os problemas hídricos persistem. A proposta de represar o Río Indio, estimada em US$ 1,6 bilhão, visa garantir a estabilidade hídrica do canal por até 50 anos, embora enfrente oposição devido ao impacto social e ambiental. Críticos apontam que a história de deslocamentos forçados gera desconfiança nas comunidades afetadas, e a eficácia do projeto é questionada sem uma gestão ambiental adequada.

A retórica de Trump, embora alarmante, pode ser mais uma estratégia para obter concessões do que uma intenção real de retomar o controle do canal. Especialistas afirmam que a complexidade da gestão do canal vai além de uma simples operação, e a sobrevivência dessa rota comercial global deve ser uma responsabilidade panamenha. A identidade nacional do Panamá está intrinsecamente ligada ao canal, e qualquer solução para os desafios enfrentados deve ser encontrada por seus próprios cidadãos.

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