Trump celebra controle norte-americano sobre o Canal do Panamá com compra da BlackRock

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, celebrou um acordo da empresa BlackRock para adquirir a maioria dos negócios portuários do conglomerado de Hong Kong CK Hutchison, avaliados em US$ 22,8 bilhões. Este acordo inclui ativos estratégicos ao longo do Canal do Panamá, permitindo ao consórcio norte-americano o controle de portos essenciais na região, em meio a pressões da Casa Branca para retirar a influência chinesa.

Trump afirmou ao Congresso que seu governo está "recuperando" o Canal do Panamá, destacando a compra dos portos como um passo nesse sentido. "Hoje mesmo uma grande empresa norte-americana anunciou que está comprando os dois portos ao redor do Canal do Panamá", disse ele. No entanto, essa declaração gerou reações negativas, especialmente do presidente panamenho, José Raúl Mulino, que respondeu no X, afirmando que Trump "está mais uma vez mentindo" e reafirmando que "o Canal é panamenho e continuará sendo panamenho".

O acordo com a BlackRock abrange 90% da Panama Ports Company, que opera os portos de Balboa e Cristóbal há mais de duas décadas. Em 2023, aproximadamente 12.000 navios utilizaram o Canal do Panamá, que conecta 1.920 portos em 170 países. A importância estratégica do canal é evidente, já que mais de três quartos dos navios que o atravessam são de origem ou destino nos Estados Unidos.

As tensões entre os EUA e o Panamá podem se intensificar devido a essas declarações e ao controle norte-americano sobre os portos. O governo panamenho já expressou preocupações sobre a narrativa de Trump, que pode afetar as relações bilaterais e a percepção da soberania panamenha sobre o canal.