Dificuldades no orçamento da Câmara sinalizam problemas para a agenda de Trump

A agenda ambiciosa do presidente Donald Trump enfrenta um potencial revés na Câmara dos Representantes, levantando questões sobre a capacidade do Speaker Mike Johnson em avançar prioridades da Casa Branca. Na manhã de terça-feira, Johnson admitiu que poderia precisar adiar uma votação crucial para a aprovação do orçamento, com pelo menos três republicanos se opondo e outros doze céticos. “Pode haver uma votação hoje à noite, pode não haver. Fiquem atentos”, declarou Johnson, sinalizando uma possível perda de controle sobre o cronograma.

Os líderes republicanos, com apoio de Trump, tentam convencer seus membros a apoiar a resolução orçamentária, essencial para desbloquear os planos legislativos do presidente. No entanto, a situação é complexa, com divisões internas sobre cortes de gastos. O deputado Dusty Johnson comentou sobre as dificuldades em avançar pacotes na Câmara, descrevendo o grupo como “uma equipe heterogênea”. A votação, embora procedural, é significativa, pois é necessária para que os republicanos avancem com um pacote legislativo no Senado sem apoio dos democratas.

Conservadores radicais expressam preocupações sobre a falta de cortes suficientes no orçamento, enquanto republicanos mais centristas temem que os cortes possam afetar programas populares como o Medicaid. Uma pesquisa recente indica que eleitores em distritos competitivos se opõem à remoção de crianças de baixa renda do Medicaid, o que pode impactar a estratégia dos republicanos nas próximas eleições. Apesar das garantias de que o plano orçamentário não cortará o Medicaid, a pressão para evitar cortes permanece alta.

Se a votação falhar, Trump terá que reduzir drasticamente seus planos legislativos, abandonando propostas de cortes de impostos e aumento do limite da dívida. A falta de consenso entre os republicanos pode prejudicar a imagem de Johnson, que enfrenta prazos críticos, como evitar um shutdown do governo e um possível default econômico. O deputado Dan Meuser alertou que a incapacidade de avançar com a estratégia enviará uma mensagem negativa aos eleitores sobre a implementação do mandato recebido nas eleições de novembro.