27 de fev 2025
Conflito em Goma força deslocamento de milhares e gera caos humanitário
Goma, na República Democrática do Congo, vive sob controle da milícia M23, após conflitos. Ataque em Bukavu durante comício rebelde resultou em 11 mortos e 60 feridos. A ONU estima que 500 mil pessoas foram deslocadas pela violência na região. O M23, apoiado por Ruanda, é acusado de graves violações de direitos humanos. A crise humanitária se agrava, com escassez de ajuda e aumento da insegurança.
"Um grupo de pessoas espera no que resta do acampamento de Bulengo, no lado oeste de Goma, em fevereiro de 2025. Muitas das 700.000 pessoas deslocadas que fugiram para Goma desde o início do ano devido à violência associada ao avanço do M23 se alojaram aqui. (Foto: Joost Bastmeijer)"
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Em Goma, no leste da República Democrática do Congo, a vida parece retomar a normalidade, mas os vestígios da recente violência ainda são visíveis. Cascos vazios e bombas não detonadas permanecem nas ruas, lembrando os confrontos entre a milícia rebelde M23 e o exército congoleño que deixaram cerca de 3.000 mortos e dezenas de milhares de deslocados. A cidade, agora sob controle do M23, enfrenta um ambiente caótico, com relatos de tiroteios e saqueios nas áreas periféricas.
Os deslocados, que somam cerca de 700.000 pessoas, vivem em condições precárias em acampamentos, enfrentando ultimatos para deixar os locais, o que o M23 nega. Organizações humanitárias, como Médicos Sem Fronteiras, relataram a interrupção de suas atividades devido à insegurança. Thierry Allafort-Duverger, diretor da organização, alertou sobre a deterioração da situação humanitária, especialmente se os fundos da USAID forem cortados.
A situação em Goma é um reflexo de um conflito mais amplo que assola a região há décadas, exacerbado por tensões étnicas e a luta por recursos naturais. O M23, que recebe apoio de Ruanda, justifica suas ações como proteção aos tutsis, enquanto a ONU aponta para execuções em massa de civis. A possibilidade de uma terceira guerra regional se torna mais real com a participação de países vizinhos, como Burundi e Uganda.
Em Bukavu, um comício realizado pelos rebeldes foi interrompido por tiros e explosões, resultando em pelo menos 11 mortos e 60 feridos. O líder rebelde Corneille Nangaa prometeu segurança à população, mas o ataque gerou pânico e caos. O presidente Félix Tshisekedi atribuiu a responsabilidade a uma "força estrangeira", enquanto os rebeldes buscam responsabilizar o governo. A situação humanitária continua a se agravar, com 500.000 pessoas forçadas a deixar suas casas, conforme relatórios da ONU.
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