Trabalhadores federais enfrentam caos ao retornar a escritórios sem infraestrutura básica

Nos últimos meses, milhões de trabalhadores federais nos Estados Unidos foram convocados a retornar aos escritórios, encerrando as regras de flexibilidade de trabalho remoto estabelecidas durante a pandemia de Covid-19. Contudo, muitos encontraram ambientes de trabalho inadequados. Por exemplo, no Departamento de Saúde e Serviços Humanos, houve falta de Wi-Fi e eletricidade nas primeiras horas de retorno. Funcionários do Departamento da Educação em Dallas relataram a presença de cabos de ethernet espalhados pelo chão e luzes que não funcionavam, resultando em espaços de trabalho mal iluminados. Uma funcionária se feriu ao tropeçar em cabos e registrou uma reclamação de compensação.

Além disso, a situação se complicou para alguns trabalhadores que não tinham espaço disponível para retornar. Dois prédios usados pelo Departamento do Interior tiveram seus contratos de locação cancelados, enquanto um terceiro, que abriga centenas de funcionários, também recebeu aviso de término de contrato. A falta de coordenação entre a Administração de Serviços Gerais e o Departamento do Interior deixou os funcionários sem clareza sobre o que fazer. Um porta-voz do Interior afirmou que estão trabalhando para garantir que as instalações ou opções alternativas estejam disponíveis.

A pressão para o retorno ao escritório vem da administração de Donald Trump, que busca reduzir o tamanho do governo federal. Trump tem exigido que todos os trabalhadores voltem ao escritório, e sua política de corte de espaço imobiliário governamental gerou um dilema de falta de espaço para muitos funcionários. Um relatório de 2024 do Escritório de Gestão e Orçamento indicou que quase metade dos mais de 2,3 milhões de trabalhadores civis federais eram elegíveis para teletrabalho, mas agora enfrentam a possibilidade de ter que mudar suas condições de trabalho ou deixar seus empregos.

Os sindicatos de trabalhadores federais expressaram preocupações sobre a legalidade das exigências de Trump, especialmente em relação a acordos de teletrabalho de longo prazo. Embora algumas agências tenham estabelecido datas específicas para o retorno, a implementação tem sido desigual. No Departamento de Educação, mais de 70% da força de trabalho começou a retornar, enquanto outras agências, como o Departamento de Assuntos de Veteranos, ainda estão definindo seus cronogramas. A situação continua a evoluir, com muitos funcionários expressando frustração e incerteza sobre o futuro de seus empregos.