Política

Restrições crescentes dificultam trabalho de pesquisadores estrangeiros na China

A China impôs leis de segurança que dificultam o envio de dados para o exterior. Estrangeiros enfrentam um ambiente autoritário, mas muitos ainda se sentem bem vindos. O número de pesquisadores estrangeiros na China caiu drasticamente após a pandemia. Novas leis de dados criam incertezas, afetando colaborações acadêmicas internacionais. Apesar das restrições, não houve interrupções significativas em experimentos realizados.

A China introduziu leis focadas em segurança que afetam pesquisadores que desejam enviar dados para o exterior. (Foto: Noel Celis/AFP via Getty)

A China introduziu leis focadas em segurança que afetam pesquisadores que desejam enviar dados para o exterior. (Foto: Noel Celis/AFP via Getty)

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Pesquisadores estrangeiros na China enfrentam um ambiente cada vez mais restritivo, especialmente após a pandemia de COVID-19. Embora não haja uma campanha direcionada como a China Initiative, que visava cientistas chineses nos Estados Unidos, novas leis de segurança e regulamentações de dados complicam a colaboração internacional. Um pesquisador anônimo em Pequim observa que, “antes da COVID, havia muitos mais estrangeiros na China”, mas muitos deixaram o país nos últimos anos devido a essas restrições.

Estima-se que existam entre 5.000 e 10.000 pesquisadores estrangeiros com doutorado na China, em contraste com mais de 100.000 nos Estados Unidos. A gestão rigorosa da pandemia pelo governo chinês, que incluiu lockdowns severos e restrições de entrada, contribuiu para essa diminuição. Halldór Berg Harðarson, ex-diretor da Euraxess na China, afirma que “a forma como lidaram com a pandemia não foi favorável para reter talentos estrangeiros”.

A resposta à COVID-19 também trouxe à tona o controle que o Estado pode exercer sobre os pesquisadores. Kārlis Rokpelnis, cientista social em Pequim, destaca que as leis de segurança implementadas na última década aumentaram a vigilância sobre o envio de dados sensíveis para o exterior. A Lei de Segurança de Dados da China exige autorização oficial para exportar certos tipos de informações, o que tem dificultado colaborações acadêmicas. Rogier Creemers, especialista em leis de dados chinesas, observa que a definição do que é considerado “importante” ainda não está clara.

Embora alguns pesquisadores tenham sentido um clima de desconfiança, como evidenciado por cartazes alertando sobre espionagem, muitos não relataram experiências diretas de hostilidade. Um acadêmico no sul da China menciona que, apesar das preocupações, “as empresas chinesas com as quais trabalho são menos cautelosas em relação à propriedade intelectual do que algumas empresas do Reino Unido”. A situação continua a evoluir, refletindo as complexidades das relações internacionais e a segurança na pesquisa científica.

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