08 de mar 2025
Brasileiros elogiam licença parental de 14 meses na Finlândia: 'Total diferença'
A Finlândia oferece licença parental de 160 dias úteis para cada pai, totalizando 14 meses. Flávia Gontijo e Pablo Carvalho utilizam a licença, com Flávia retornando após sete meses. O Brasil analisa propostas para ampliar licenças, mas enfrenta desafios significativos. A mudança na Finlândia visa promover igualdade na responsabilidade parental e apoio social. Empresas brasileiras como Will Bank e Sanofi já oferecem licenças parentais estendidas.
Flavia Gontijo e Pablo Carvalho, que moram na Finlândia, são pais de primeira viagem e estão utilizando a licença parental de 320 dias úteis. (Foto: Arquivo Pessoal)
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O casal de químicos Flávia Gontijo, de 30 anos, e Pablo Carvalho, de 32 anos, decidiu acelerar os planos de ter filhos ao se mudarem para a Finlândia. Desde setembro de 2022, o país oferece uma licença parental remunerada de 160 dias úteis para cada pai, totalizando cerca de 14 meses para o cuidado dos filhos. Essa licença pode ser compartilhada, permitindo que um dos pais transfira até 63 dias para o outro. Além disso, a mãe tem direito a 40 dias adicionais para recuperação pós-parto.
A nova legislação, parte de um pacote de reformas sociais do governo da primeira-ministra Sanna Marin, substituiu a antiga licença maternidade de 105 dias e a paternidade de 54 dias. A mudança foi impulsionada por um forte apoio popular e um movimento por mais igualdade na responsabilidade parental. A embaixadora Johanna Karanko destacou que a aprovação do projeto foi tranquila, refletindo a tradição finlandesa de apoio a políticas sociais. O modelo atual permite que os pais se afastem do trabalho até a criança completar dois anos, com datas a serem negociadas com os empregadores.
No Brasil, a Constituição Federal garante 120 dias de licença-maternidade, podendo ser estendida para 180 dias em empresas do Programa Empresa Cidadã. A licença-paternidade é de apenas cinco dias, e a extensão para famílias monoparentais depende de ação judicial. Em 2023, o Supremo Tribunal Federal determinou um prazo de 18 meses para que o Legislativo regulamente a licença-paternidade, reconhecendo a omissão do Congresso. Propostas para ampliar as licenças estão em análise, mas a implementação enfrenta desafios devido à falta de maturidade social e institucional sobre o tema.
Algumas empresas brasileiras, como o Will Bank, oferecem licenças parentais de até 180 dias como diferencial para retenção de talentos. A farmacêutica Sanofi também concede até seis meses de licença, permitindo que os pais revezem o cuidado da criança. Webster Baroni, gerente de projetos na Sanofi, compartilhou sua experiência positiva ao tirar licença completa para acompanhar o desenvolvimento do filho, destacando a importância desse tempo para a introdução alimentar.
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